Opinião

Mauro Beting: O cachecol da Eleni

(Foto: Arquivo pessoal)
(Foto: Arquivo pessoal)

Eleni é a mãe do João. O Alzheimer a fez dormir na sala de casa. Onde a neta Júlia (em homenagem ao bisavô palestrino Júlio), filha do João, assistia aos jogos com eles.

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Eleni sempre incentivou o filho a levar a neta ao estádio. Mas pelo estado dela, eles resolveram ficar juntos pelo que mais os uniu.

Mal que não impedia a avó de falar “é Libertadores, porra!” em dia de Palmeiras libertador. Ela acompanhava sempre. Mesmo não podendo mais manter a atenção. A memória falhava. Mas o amor incondicional e de infância sempre aflorava. O Palmeiras a mantinha viva. E ainda conectada com o filho e a neta.

Na pandemia, a COVID-19 a levou ao hospital. O filho João conseguiu mesmo assim ficar perto dela. Eleni se recuperou. Teve alta. Mas partiu em setembro de 2020. Campeã paulista. Mas sem saber como todos ainda que o grito da Libertadores logo seria ouvido por toda a América.

O filho e a neta deram um jeito de manter a memória viva. Fala, Júlia. “Toda a trajetória a partir de então acompanhamos junto ao espírito da minha avó. Mas era diferente. Faltava algo. A nossa essência. Faltava ela”.

Eleni não faltou no Centenária. Pai e filha foram ao Uruguai. Com o cachecol que a mãe e avó sempre usava nos jogos.

“É Libertadores, porra”. Era um vento danado como Deyverson protegendo a família com o cahecol da avó.

Eles não assistem mais ao jogo com Eleni. Mas, neste Dia dos Pais que a Júlia quer dar de presente este texto, meu caro João, só posso reafirmar que Eleni estava lá em campo depois da expulsão do Danilo.

Agradecemos a todas as mães que nos fazem pais. A todos os nossos filhos que nos fazem ainda melhores. Ainda mais palmeirenses.

Só há algo melhor do que ser pai. É ser pai de um palmeirense. Só tem algo melhor do que ganhar um beijo dos filhos e filhas. É ganhar o abraço deles num gol, numa vitória, em um título palmeirense.

Amor incondicional. De pai pra filho. De Palestra para Palmeiras.

Parabéns pais palmeirenses. Mais ainda, parabéns aos pais de palmeirenses.

E pros alviverdes que não tem pais Palmeirenses, parabéns também. Vocês são a prova definitiva da evolução da espécie.

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