Dia 07 de dezembro de 2014. 11 dias antes do seu aniversário de 13 anos e já recebeu o melhor dos presentes: a permanência na Série A. A criança desesperada, tornou-se aliviada e, sem maiores preocupações, deitou a cabeça no travesseiro naquela noite e dormiu. Dormiu muito.
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Desde então, dormiu tantas outras. Sem sonhar. Algo estranho. Pessoas sonham e pensam realidades perfeitas e imaginárias, que não podem acontecer na vida real. O sonho é um escape da realidade, às vezes, ruim. Da realidade que a ambição é não cair e a chance de se levantar é quase nula.
Sonho?
Não.
E vieram títulos. No ano seguinte, naquela loucura de contratar, chegou o primeiro. Um dos mais especiais, no coração e na história. Prass brilhando, Dudu surgindo. Viu seus primeiros ídolos em campo e gritou que é campeão pela primeira vez, na sala de casa, correndo e querendo chorar.
Sonho?
Ainda nada.
Veio 16, 17, 18, 19… Mais e mais títulos. Mais comemorações e mais felicidades. Tristezas também. Mas felicidades acima de tudo. E junto, a dúvida continuou.
Sonho?
Ainda não.
Quando 20 começou, pareceu pesadelo, que neutralizou nos pés jovens, e velhos, de Patrick de Paula. Não mãos mágicas de Weverton. Na garra sem igual de Gómez. O primeiro título paulista da vida, comemorado pelo menos. Já era muito, já que as expectativas eram poucas.
Sonho?
Só noites sem imaginação.
O ano continuou. Os meninos viraram homens. Lideraram contra Red Bull, Ceará, Libertad e River Plate. Mais uma final, era hora de reviver 2015 e foi isso que aconteceu. Menos tenso, igualmente dramático. O, agora, jovem adulto deitou tarde e adormeceu. Pensou.
Sonho?
Será?
E, então, veio a certeza. Pouco mais de um mês depois do melhor dia da história, era mais um dia de reviver 15. Agora, não era o adversário, era o campeonato. Era pra fechar. Só correr pro abraço. Menino homem guardou, Wesley também. As crias resolveram e acabaram com a dúvida.
Sonho!
Não tem como ser real.
Então não me acorde, por favor.
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