Abel Ferreira não é alguém de meias palavras. Nem de meios gestos. Até aqui, se mostrou incrivelmente ciente sobre onde está e com quem lida e, entre muitos acertos, um de seus maiores foi abraçar aqueles que compõem o time titular e colocar muita pressão sobre quem não é – para que desejem ser.
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Na coletiva pós vitória sobre o Bragantino, o comandante não segurou o verbo para defender, posição por posição, os atletas que atuaram na eliminatória, ao ponto de dizer ao recém chegado Benjamin Kuscevic que ele vinha para ajudar, mas que a titularidade da defesa não era uma questão em aberto.
– Vai ajudar, mas será muito difícil tirar lugar desses dois zagueiros. Dois campeões no treino e no jogo. Lideram o time. O Benjamin vem para ajudar, mas os dois são fenomenais. Brutais!
Não surpreende que o comandante force o ritmo pra cima de quem não está atuando. É uma ‘ofensa do bem’ que pode causar uma certa rebeldia em cada um deles ao ponto de frutificar na busca pela vaga. É o estabelecimento de uma competitividade incomum nos últimos muitos meses do SPAlmeiras.
Não se deve esperar de Abel uma condução morna de gestão. Pra todas as perguntas, muitas delas bastante capciosas, o luso tinha a resposta mais direta possível. Às vezes, a sinceridade até assusta, mas a honestidade fascina. O estudo, então, é invejável. No clube mais sangue quente do Brasil, ser a flor da pele é solução.
A era de Abel começou.
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