O Palmeiras tem sido protagonista no futebol brasileiro há quase uma década. Os recentes e importantes títulos, porém, não têm refletido no aumento da receita proveniente do patrocínio da camisa. Estagnado e renovado sem nenhum reajuste há pouco mais de dois anos, o clube vê rivais e adversários superarem o que a atual patrocinadora, dona de todas as propriedades, paga atualmente.
Na última quarta-feira (20), Everaldo Coelho, diretor estatutário de marketing do clube, concedeu entrevista à “ESPN” (repercutida pelo NOSSO PALESTRA). Ele afirma que o Palmeiras segue com a camisa mais valiosa do Brasil. Para isso, Everaldo somou o valor arrecadado com o fornecedor de material esportivo, premiação e até da camisa da equipe feminina.
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Em conversa com especialistas em marketing esportivo, as contas feitas pelo diretor palmeirense não têm sentido. Em primeiro lugar, até é possível colocar na conta o valor pago pela Puma, atual fornecedora, porém é necessário diferenciar quanto entra para o Palmeiras em dinheiro e em produtos. A parceria prevê em torno de R$ 40 milhões anuais e fazem parte da conta os royalties pagos com as mais de cem peças produzidas pela empresa alemã e disponíveis para os torcedores com linhas de jogo, treino, viagem e modelos especiais.
Para efeito de comparação, o Flamengo recebe da Adidas por volta de R$ 40 milhões em dinheiro e outros R$ 20 milhões em produtos, totalizando R$ 60 mi. Vale lembrar que o clube carioca e o Corinthians têm renovações previstas e novos patrocinadores, o que fará a diferença aumentar. Como publicou o NP, Palmeiras e Adidas conversam para que a marca retorne ao clube a partir de 2025.
Já sobre somar as possíveis premiações por títulos ao valor total não é uma prática comum do mercado quando se fala em receita de camisa. O Palmeiras tem “recebido” porque tem vencido, mas o dinheiro não entra diretamente para os cofres e vai direto para abater uma dívida com a patrocinadora, que posteriormente se tornou presidente do clube.
Por fim, misturar o futebol profissional masculino com o feminino também não faz sentido. As Palestrinas usavam Crefisa e FAM sem nenhum valor a mais no contrato firmado e as marcas foram realocadas na camisa após a entrada de novos anunciantes que são exclusivos do feminino. Portanto, colocar no mesmo bolo sem levar em conta a soma destes valores nos rivais, não faz do Palmeiras o líder em arrecadação.
Por mais que Everaldo se esforce para colocar o clube no topo, atualmente o Alviverde está para trás. Em breve, haverá uma renovação de contrato em discussão, uma vez que o contrato (defasado) assinado em 2021 tem vigência até o final do próximo ano.
Por mais que tente negar o conflito de interesse, Leila Pereira precisa entender que paga muito menos do que os espaços valem hoje. Para seguir, é preciso valorizar o clube que ela mesmo preside. Caso contrário, nem o Papai Noel verde conseguirá acreditar que o Palmeiras tem a camisa mais valiosa do Brasil.