Cresci palmeirense na época em que o fracasso era certo. Ir ao saudoso Palestra Italia contra uma equipe qualquer do interior na primeira fase do Paulista estava longe de ser certeza de vitória. Para quem acredita que futebol molda caráter, a década de 1980 mostrou isso para o palmeirense.
O avô viveu o Palmeiras que nasceu campeão, pai e tio saborearam as Academias e eu, antes das primeiras glórias, sofri com derrotas posteriormente chamadas de “palmeirada”. Foram tantas que é melhor nem lembrar.
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Descobri que seria pai no final de 2014. Ano do centenário, de pouco para comemorar e muito a lamentar. Como não pensar que agora o meu sofreria como eu. Mas sabe aquela história de moldar caráter? Estava na ponta da língua para justificar o infortúnio.
Quis o destino que fosse diferente. Não só o destino, né? Administrações que souberam colocar o clube no eixo, recuperar a credibilidade e a autoestima perdida. A virada heroica de 2023 foi também a temporada das três gerações juntas no estádio. A chance de presenciar a história sendo escrita semanalmente. Foram incontáveis as vezes em que entoamos “É o time da virada!”. Deu certo.
O meu primeiro campeão saiu aos nove anos. O meu campão, com oito de idade, já tem 13 faixas guardadas. E contando… Ouvi histórias de quem achou que havia vivido o ápice com as Academias e os anos 1990. Aprendi a rezar e ser catequizado com Leão, Eurico, Luís Pereira, Alfredo e Zeca; Dudu, Ademir; Edu, Leivinha, César e Nei sem ter a menor ideia de quem eram, mas o que representavam. Sou de Marcos e Evair como as referências de uma geração, a minha primeira vencedora.
Para quem é um dos nossos, não é preciso explicar, assim como não tem explicação o que aconteceu em 2023. O ano da virada foi o ano da família, de abraçar o filho e receber o abraço do pai. Como diz quem nos guia, é desfrutar do momento.