O Palmeiras não joga bonito, joga bem. Não fui eu que disse isso, mas sim quem comanda o time. Abel Ferreira admite que, talvez, o futebol praticado pelo seu time não seja plástico e não preze pela estética do jogo, como muitos exigem. Mas vence e, sobretudo, não perde. Para quem torce antes de assistir, isso basta.
Com duas derrotas no Brasileiro, cinco na temporada, o 2022 alviverde beira um ano invencível. Como visitante, o time segue sem ser batido no campeonato nacional. O empate contra o Cuiabá é a prova que esse time tem aversão à derrota. Não suporta perder por mais desimportante que o jogo seja.
Campeão antecipado, o Palmeiras lançou um time misto para enfrentar o Dourado, que poderia confirmar sua permanência na elite em caso de vitória. Tudo em jogo para um lado e nada de relevante para o outro. Ainda assim, depois de aberto o placar para o mandante, quem buscou o gol a todo momento foi o Alviverde. Mesmo após sair o empate na segunda etapa. Quase a virada.
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Isso aconteceu com certa frequência nesta temporada. Nas condições mais adversas, no ardor da partida, estava o Palmeiras atrás da vitória. Ou, pelo menos, do empate. Perder, não! Foi assim contra o Galo na Libertadores; contra o Chelsea – durante o tempo regulamentar – no Mundial; contra o Bragantino no Brasileiro; e lista segue.
Sem contar as partidas em que a virada, de fato, se consumou. A começar pela final do Paulistão, que inaugurou a temporada. Depois, no primeiro turno, uma remontada relâmpago contra o Atlético-GO. Também, no apagar das luzes contra o São Paulo. E, por que não no recital de futebol contra o Botafogo já durante o segundo turno. Contextos distintos, mas uma semelhança: a busca incessante pela vitória.
Assim foi também em momentos que o apito tentou se sobrepor à bola. Na Copa do Brasil, até conseguiu. No Brasileiro, não. Em especial na partida diante do Atlético-MG no Mineirão. Expulsão do adversário sonegada, gol mal anulado, pênalti não assinalado. E, apesar de tudo, mais três pontos na bagagem do dito “viajante assassino”.
Não apenas por fatores externos, mas também internos. Todas as vezes em que, desfalcado, o Palmeiras encontrou uma forma de deixar o jogo a seu favor. Lateral de ponta? Deu certo. Atacante de 16 anos? Resvolveu jogo. Goleiro reserva? Fechou o gol. Abel Ferreira nunca falou de problemas sem que pudesse apresentar soluções.
Talvez isso que faça este time tão vencedor. Uma equipe que sabe, tão bem quanto planejar, improvisar. O treinamento, o estudo e o preparo sempre foram pilares desse trabalho. Mas a “cancha”, a camisa, os “huevos” desse Palmeiras, essas coisas que ninguém sabe explicar, também fazem parte da história de um time que não sabe perder.