A batalha imaginária de Los Angeles

Nem sempre é preciso se armar contra um inimigo que não vai te atacar

Depois dos eventos em Pearl Harbor, nos Estados Unidos, o país entrou em estado de vigilância ostensiva. Havia um receio de novos problemas, ainda mais, na Costa Oeste. Não demorou a acontecer o ataque do submarino japonês, em 42, contra o campo petrolífero de Ellwood. Foi o acontecimento derradeiro para que os americanos estabelecessem medidas de absoluta tensão.

Eram dias e noites de pesadelos baseados no pânico. A neurose se fez crônica quando um balão meteorológico desapareceu. Qual era o motivo? Por que havia sumido? Foi bombardeado? Foi tomado para roubo de informações? Eram agentes infiltrados? Investigou-se pouco, mas agiu-se de forma histérica.

Como resposta, decidiram que fogos seriam lançados na tentativa de localizar possíveis ameaças ou, até mesmo, alertar cidadãos sobre perigo iminente. Não deu certo. Desesperados, os moradores viam os sinais como novas ameaças. O ciclo se retroalimentava. As atividades enlouquecidas perduraram por meses.

A lista póstuma contou com seis pessoas. Três morreram após ataques cardíacos e outras três depois de fogo-amigo.

Pearl Harbor é 2017.
O ataque em Ellwood, o antigo diretor.

Nem sempre é preciso se armar contra um inimigo que não vai te atacar. Tampouco, entrar em desespero absoluto e não ver o que fazem aqueles que comandam seu lugar seguro. A paranoia é o protagonista da batalha imaginária de Los Angeles, mas não pode ser a dona do atual Palmeiras.

Nem de cá. Nem de lá.

Mas isso tudo é sobre a direção ou a torcida? A sua dúvida já responde.

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