JG: ‘Endrick e a imagem que me lembra a essência do que é e pode ser o futebol’
Talvez tudo se resuma à felicidade plena de uma família
O mundo esperou pelo dia 21 de julho de 2022. Clubes e imprensa ao redor do globo futebol estiveram de olhos muito atentos ao dia que esse moleque de extremo talento completaria 16 anos e poderia assinar seu primeiro contrato profissional. Quanto ele vale? Qual a multa? Qual a porcentagem? Ele vai jogar? Vai ficar até quando? Prefere o Real Madrid! Não, ele prefere o Barcelona! Essas são questões diárias dos últimos muitos meses de um jovem que acabou de completar 16 anos de idade. Um molecão.
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Aí, no dia do aniversário mais famoso dos nascidos em 2006, a primeira foto que vemos é de uma criança com olhos marejados abraçado ao pai e recebendo um beijo da mãe, na testa, com todo amor do mundo. Douglas, o homem que botou Endrick no mundo, nem tentou conter as lágrimas. Logo ele, que topou a faxina como emprego para que o filho pudesse jogar bola. Que bateu de porta em porta, tomou várias na cara, e não desistiu até mostrar que tinha uma joia dentro de casa.
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O irmãozinho só sorria. Nem sabe bem o que tá acontecendo e que o seu melhor amigo é desejado pelo mundo inteiro. Talvez ele nem queria saber, porque não é o jogador que tem seu amor, é só o seu familiar mais querido – e que não tira os olhos dele nem por um minuto. O dinheiro que Endrick fará em sua carreira não é uma questão de quanto, mas de quando, a começar por hoje, e ele diz muito pouco a respeito do que ele é e do que o futebol é. Talvez tudo se resuma à felicidade plena de uma família.
Daqui a 20, 25 anos, ele poderá ter sido um fenômeno, um dos maiores da história do esporte, pode ter sido um grande jogador ou pode nem ter sido exatamente o que se projetou, por incontáveis motivos – essa é a vida, afinal. Mas se ele tem sua família por perto, tudo terá sido melhor. Se a glória vier, eles serão freio, controle, paz. Se a dor surgir, eles serão conforto, amor e afeto. Serão, sempre, o alicerce mais forte que alguém precisa ter. Não é um CT de luxo, um carro de 800 mil, mas o sentimento verdadeiro de quem ama a pessoa, não o super herói de camisa 9.
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Boa sorte, menino. No seu tempo, com seu pai, mãe e irmãozinho, sempre com eles, sempre respeitando seu processo, suas inseguranças e seu imensurável talento.
Não há como medir a capacidade de um fenômeno, justamente por carregar esse codinome. Ele é inevitável, mas talvez anacrônico, antes do previsto, depois do que se imaginava. Como Família Palmeiras que somos, a medida que pudermos, sugiro que façamos o mesmo. O abraço carinhoso de quem gosta de verdade, apoiando, ajudando e incentivando. O resto é com ele, tarefa simples para quem acordava antes do sol, andava de bicicleta por quilômetros a fio no sonho de jogar futebol. Ele já conseguiu. E merece tanto!
O que vale, no fim das contas, pra mim, é isso. A melhor versão do futebol é essa.
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