Meu lugar é onde eu quiser – Especial Nosso Palestra para o Dia da Mulher

Dia 08 de março é considerado o Dia Internacional da Mulher

É até clichê falar, mas que mulher e torcedora nunca escutou: “O que é impedimento?”, “Qual era a escalação do seu time em 1980?”, “Você gosta de futebol? Mas é tão menininha”… Eu podia continuar aqui colocando várias frases que as mulheres escutam diariamente.

Ser mulher e viver de esporte é muito difícil, em especial, o futebol. Um ambiente imensamente machista, isso tudo dentro e fora de campo. É claro e incontestável que, a cada dia mais, estamos provando a nossa imensidão e conseguindo nosso espaço. As coisas têm melhorado, isso é certeza.

Mas, o grande ponto, é que isso nem deveria ser questionado. Quantos comentários vocês veem em grandes veículos falando que a narradora não é boa? Ou que a comentarista não entende nada do trabalho dela? Ou até mesmo que o futebol feminino é feio e que jogadora deveria estar lavando louça?

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É, provavelmente, você já viu muitos desses por aí, coisas que as mulheres sentem na pele no dia a dia. Nunca viu nada disso? Abre aí as redes dos grandes veículos, procura um post sobre mulheres e olha os comentários. Você vai entender o ponto.

Cada dia 08 de março, em que as mulheres recebem muitos parabéns, flores e chocolate, uma grande maioria só desejaria respeito. Pode achar que é frescura, mas é porque você provavelmente não foi assediado indo para um jogo, fazer seu trabalho.

Ou você também não recebeu convite para tomar cerveja de uma pessoa só porque ela te deu uma exclusiva. Se nega, ela cobra ainda e vem atrás reclamando do seu trabalho. Você nunca, na escola mesmo, não podia participar do futebol, porque mulher tinha que jogar vôlei e não sabia fazer aquilo que os meninos faziam. Ou você nunca foi diminuído por ter a possibilidade de engravidar, como vai jogar? Aquela questão de lugar de fala, em certos pontos, faz sentido, né?

Essas questões estão presentes em muitos dias de jornalistas, jogadoras, torcedoras e pessoas que trabalham relacionadas aos clubes. Mas isso é camuflado por várias questões, até mesmo empresárias em alguns casos, como vemos na televisão e em algumas matérias.

Ser jogadora de futebol no Brasil ainda é uma tarefa muito difícil, isso que os números vêm crescendo. O machismo está presente em muitos momentos da carreira, assim fazendo várias atletas desistirem do seu sonho.

Muitos não conseguem aceitar ou elogiar quando a mulher faz o trabalho melhor que o seu. A nossa trajetória não é somente procriar e cuidar da casa. Nós, mulheres, também trabalhamos, estudamos e precisamos nos divertir.

O dia da mulher deveria ser todo dia, porque a luta é diária, para cada uma de nós!

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