JG Falcade: ‘Tite é incoerente, clubista e tem mais verborragia do que bons argumentos’

A Seleção parece ser um clubinho de poucos e por isso mesmo tem o carinho real de poucos

Tite tem resultados que poucos treinadores terão ao longo da história. Foi o treinador de um time que deu certo e quebrou tabus históricos de um time que ainda não existia no cenário sul-americano. Credenciado por essa jornada de herói, chegou à Seleção, que sempre teve predileção por profissionais que usaram a mesma camisa que Adenor. Um clássico.

No comando da Amarelinha, que sempre tive em ótimo lugar e com muito carinho, empilhou sucesso nas Eliminatórias da Copa do Mundo, mas como todo pré show nublado, seu sucesso esbarrou no palco principal, na Copa América que perdeu em casa para Argentina, na Copa do Mundo que perdeu pra boa Bélgica. Perder é ônus de quem joga. Não vejo problema.

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Minhas questões são maiores que essa. Tite se veste em discursos difíceis, elaborados e fingidos. Talvez ele acredite nas coisas que diz, parece um cara convicto, mas sua realidade é desconexa da que o futebol apresenta. Ele repete métodos, nomes, e a falta deles. Foi com Dudu, o melhor jogador do Brasil em 2018. É com Veiga, nunca testado mesmo sendo o cara do bicampeão da América.

Se o camisa 23 do Palmeiras jogasse num time médio de uma liga média, ele seria melhor observado. Ao menos testado. Visto. Usado a camisa da Seleção que certamente seria uma honra para esse rapaz que conduz o melhor time do país já há dois anos. E tente me contestar, que te mostro duas Libertadores seguidas. Não é sobre Arthur, que pouco faz na Itália, mas sobre a predileção pelo externo. Sempre o quintal do vizinho.

Tite gosta dos mesmos nomes, como Daniel Alves, ao invés de testar moleques que podem jogar muito futebol. Se aproxima da Copa do Mundo se posicionando pouco, fugindo de respostas, escolhendo com pouco rigor e bastante afetividade. Seleção não deveria ser sobre os preferidos, mas os melhores. E isso é só a minha opinião.

É uma pena que seja assim. Tite poderia aproveitar um ano atípico de Copa do Mundo e testar mais. De tirar dos jogos sem valor aqueles que já estão na Copa. Ser catedrático é a linha mais tênue entre ser ineficaz no trabalho. A Seleção parece ser um clubinho de poucos e por isso mesmo tem o carinho real de poucos. O maior bem dessa camisa é ser amada. E ela tem perdido o amor dos seus.

Pelas posturas que tem, pelas escolhas que faz e pelo que seu comandante representa.

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