Marina Barrios: Quando se descobre que a nossa natureza é o caos

Mar calmo não faz bons marinheiros. Seja a fase que for, nunca vi algo vingar por aqui sem se arriscar em mergulhos profundos.

Mar calmo não faz bons marinheiros.

Se os ventos seguirem nessa toada, vamos olhar com carinho para essa frase dita por Abel Ferreira.

O trecho de sua coletiva após uma vitória em casa remete ao mais palmeirense dos sentimentos. Seja a fase que for, nunca vi algo vingar por aqui sem se arriscar em mergulhos profundos.

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Abel entendeu isso. Depois de esbravejar e quase ficar à beira-mar ao tripular o gigante verde.

Foi preciso estourar na rebentação para erguer a cabeça, olhar o oceano ao seu redor – talvez o mesmo que atravessou para chegar até ao Palestra, e enxergar que a nossa natureza é o caos.

Vir de Portugal para conhecer o velho jardim suspenso é uma rota à parte, mas isso já deve ter ficado nítido. Principalmente quando traz para casa a taça tida como obsessão, que é narrada em músicas e, logo depois, exigem descobertas maiores, desconsiderando qualquer contexto.

Navegar pelo mar verde requer mais do que mapas consagrados e boas intenções. É preciso encantar através do sonho da terra firme, do jardim repleto de palmeiras, além de desviar dos inúmeros contratempos que surgem durante a travessia – ora dentro de seu próprio barco, ora arremessados para dentro dele.

O caminho por aqui é dificultoso, e ainda assim, compensador. Digo isso pelo pouco que vivi, mas pelas muitas histórias que escutei desde que entendi o meu lugar nesse mar.

E também porque sei que poucos enfrentam a ressaca e se alinham para virar maré viva como nós.

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