Nos últimos 10 clássicos, seis empates – quatro sem gols e sem um grande futebol.
Quatro clássicos sem gols e sem futebol. Como foi o primeiro tempo das quartas-de- final da Libertadores no Morumbi. Não por acaso, por escolha tática e física, Crespo deixou o seu mais criativo Benítez no banco. E por toda a partida. Não por acaso, Abel deixou o maior passador para gols do Brasil (Scarpa) no banco o jogo todo.
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Abel e Crespo têm montado times inegavelmente competentes, competitivos e campeões. Mas não têm sido os mais criativos, inventivos e ofensivos treinadores. Principalmente o português, que tem melhor elenco, e com mais opções. Crespo ao menos tem se saído muito melhor nos confrontos contra o Palmeiras; ou não tomando gols, ou fazendo o suficiente para vencer. E querendo vencer mais do que o rival. Mostrando mais apetite pela vitória. Marcando mais em cima a saída de jogo do Palmeiras. Recuperando mais as bolas. E não ficando tão atrás, especulando e esperando, como muitas vezes o Palmeiras de Abel.
O primeiro tempo no Morumbi foi isso: fora duas chegadas do São Paulo, aos 14 e 15 minutos em bolas levantadas, e duas respostas palmeirenses aos 20 e 21, com lances em que Breno Lopes perdeu parte da idolatria merecido pela glória eterna Maracanã, pouco se viu de futebol.
Crespo resolveu adotar mais uma vez o 4-3-1-2. Daniel Alves, desfusorado e mais uma vez superando problemas de volta na lateral direita; Leo na lateral esquerda; Luan, Rodrigo Nestor e Liziero compactando o meiocampo;Gabriel Sara mais solto para encostar no decepcionante Rigoni, e no Pablo de sempre pelo São Paulo.
O Palmeiras manteve a estrutura de três atrás: Luan, Gómez e um cada vez melhor Renan; Danilo de volta ao lado do discreto Zé Rafael, Marcos Rocha pela ala direita, e Breno Lopes naquela função que vinha sendo de Wesley, mais espetado pela ala esquerda. Desta vez, para tentar dar mais dinâmica ao meio e ataque, Abel apostou em Dudu (que enfim voltou a jogar bem, como se esperava). Veiga foi mantido e Rony foi esquecido lá na frente. E ainda sem ritmo.
Parte da falta de aproximação e intensidade do Palmeiras foi resolvida com a entrada de Wesley no lugar de Breno Lopes, no intervalo. O Verdão criava mais e chegava um tanto mais quando sofreu o gol tricolor de Luan, chapando d canhota depois de duas grandes defesas das cinco que faria o craque do jogo Weverton fez.
O Palmeiras demorou a reagir, Abel demorou a trocar Zé Rafael por Patrick de Paula (aos 22). O São Paulo se mantinha mais à frente e consistente. Com o jogo até administrado. Até que Patrick de Paula bateu as faltas que batia na base, Pablo mais uma vez se atrapalhou com a bola que passou por sobre o pernão dele, e Volpi de novo deixou a desejar, deixando a bola passar para o gol de empate palmeirense.
De novo o São Paulo perdeu gente lesionada (Wellington). De novo definhou fisicamente no final do jogo. Mas não a ponto de o Palmeiras merecer a vitória. Foram seis boas chances criadas pelo São Paulo (três no lance do gol do Luan), e outras seis criadas pelo Palmeiras. Nos outros quesitos , o São Paulo foi superior. Mas também não a ponto de merecer algo além do empate usual entre Crespo e Abel.
Entre São Paulo e Palmeiras que deixam a decisão para outra terça. E que de novo deixam a desejar em nível de jogo. Mesmo com o Palmeiras ampliando a absurda sequência histórica de 14 jogos sem derrota como visitante na Libertadores (recorde). Ainda que em nove jogos contra o São Paulo no torneio tenha apenas três empates e seis derrotas.
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