Mauro Beting: ‘O show da Tia Anita’

Teve show da Anitta no Centenário. Quando ela cantou mais do que muitos. Mais uma vez. E teve a Tia Anita Dragani cantando e vibrando no hospital no dia Gloria Eterna – Parte 2.

Tia Anita é vice-presidente da TIP, sessão Vila Clementino. A Torcida Insuportável do Palmeiras foi fundada por Dona Lucila, minha mãe. A Mamma não preside mais a uniformizada por a minha própria mãe ter dado o golpe e se derrubado do cargo.

Câncer no intestino devastador, tia Anita ainda celebrou o tri no sábado. Acompanhou a festa com a força que dava. E descansou feliz na segunda. No mesmo 29/11 em que meu pai partiu, há 9 anos. Logo depois de São Paulo x Universidad Católica pela Sula de 2012. Estreia do sobrinho de Anita, o querido PH Dragani, numa transmissão com o Pai do Gol, na Bandeirantes, em 2012.

Prima do pai do grande palestrino Vicente Amaro Neto, o último jogo de Anita no Palestra foi na decisão do SP-2008, quando aos 73 anos desfilou pelo Jardim Suspenso, ostentando sua fibra com uma camisa oficial de 1993.

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“Minha tia era torcedora do tipo amar e odiar (e voltar a amar) num intervalo de poucos segundos. E xingava. Como xingava o time e todos os outros”, diz o PH.

Conheço o tipo. Elas são todas Tia Anita. Como ela quando visitou o Allianz Parque, nessa foto de 2016.

Parece até que a bola estava rolado em dia de jogo pela atenção dela ao gramado. Mas tinha jogo mesmo. Nós é que não enxergamos. Ou não nos enxergamos mesmo no espelho.
Somos iguaizinhos de tão diferentes.

Palestra não é para alegria. É para alívio.

A princípio, no Palmeiras, todo Ademir da Guia é um bagrecéfalo.

E quando ele deyversa, nunca está ali quem o cornetou.

Pode parecer desumano. Mas é tão humano de tão Palmeiras que é.

Tia Anita, dá um beijo no meu pai. E fala pra ele que o jogo de sábado já acabou. Sei que nem lá em cima ele teve coragem de ver como foi.

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