Nem Freud explica o Palmeiras
Clube foi do céu ao inferno em menos de 15 dias
8 de agosto de 2020. O relógio marcava 18h55, horário de Brasília. Patrick de Paula encheu o pé e acertou o ângulo de Cássio. O ano do palmeirense estava ganho.
O clube conquistava o Paulista após 12 anos, diante do maior rival. Um roteiro que qualquer palmeirense do mundo assinaria com gosto.
Tudo bem. O ano do Palmeiras até a parada no calendário não era lá muito empolgante.
Luxemburgo começava a tentar dar uma cara ao time com Dudu como meia, mas já era criticado por muitos torcedores.
Apesar da falta de futebol em alguns jogos, mesmo assim, o time só havia perdido uma vez no ano. Para o Red Bull Bragantino. Com a liderança da sua chave na Libertadores e uma defesa segura, não dava pra prever títulos, muito menos fracassos. O time era como é até hoje, uma grande incógnita.
O futebol voltou, sem Dudu. O ‘pipoca em clássico e nunca decidiu jogo grande’ faz mais falta do que nunca para muitos indivíduos que o já foram xingar em porta de hotel.
O pacto de todos pelo título paulista contaminou os jogadores que, encantando ou não, trouxeram o caneco em cima do maior rival. Luxemburgo, homenageado até com mosaico na final, parecia que ganharia alguns meses de paz.
Doce ilusão.
1 semana depois, no mesmo Allianz Parque, o mosaico foi parar na frigideira de uma torcida impaciente com o empate diante de um combalido e fraco adversário.
O ‘Tik Tok’ que antes era problema, mas na comemoração do título se voltou contra os rivais e cornetas, também voltou a ser um grande problema. Até no aeroporto ele foi citado.
Lucas Lima, autor de um dos importantes pênaltis convertidos sobre Cássio na final, também já voltou a ser um dos grandes pivôs da falta de futebol do time. Mesmo jogando apenas 2 jogos como titular dos 9 que o time fez pós parada.
O culpado pelos problemas do Palmeiras são sempre os sintomas, nunca a principal causa.
O trabalho de Luxemburgo é muito ruim. E diversos jogadores vivem uma péssima fase técnica.
Mesmo assim, eu não acho que ir em aeroporto encher as patotas resolve algo.
Um elenco que topou diminuir seus salários pelo bem de toda coletividade de funcionários do clube em meio a uma pandemia não pode ser tratado como o vilão e a causa de tudo de ruim que acontece dentro de campo meses depois.
Um elenco que recebeu torcedores em meio a uma pandemia para uma conversa de união e apoio não pode ser tratado como ‘vagabundos descompromissados’ 12 dias depois.
Não falta vontade. Não falta respeito. Muito menos motivação. Falta treino.
O Palmeiras precisa de um esquema de jogo. Saber o que quer fazer em campo. De uma sequência para os mesmos 11 titulares.
A pica pro alto não adianta na hora H se nas preliminares o time não sabe o que fazer.
O clube que mais marcou gols no Brasil nos últimos anos não pode ter atuações com tão pouca agressividade ao gol dos seus adversários.
Muita coisa precisa mudar pra bola começar a entrar.
E infelizmente o controle não está nas mãos de quem veste as chuteiras…
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