“Se houve um crime”, disse o treinador da Seleção Brasileira. Ora para falar de estupradores condenados (um deles, inclusive, é uma “pessoa fantástica”, segundo Dorival), ora para falar do racismo sofrido recorrentemente por um de seus jogadores.

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Endrick marca para Brasil contra Inglaterra

“Se” para cá, “se” para lá. Sempre na condicional, apesar de provas, evidências, vídeos, julgamentos e abusos sofridos pelas vítimas. Afinal, não é só Vini que sofre nos estádios e na sociedade espanhola. E é assim que se normaliza o que deveria ser exterminado.

Às vésperas de um jogo para lutar contra o racismo, vê-se um lateral do Real Madrid diminuir o sofrimento do seu companheiro de equipe. Vê-se um brasileiro/espanhol culpando a vítima num discurso abertamente racista.

O presente e futuro do Real Madrid é negro. Passa por Vini Júnior. Por Rodrygo, Bellingham, Endrick. O futuro da sociedade não pode ser a manutenção de discursos preconceituosos proferidos pela classe dominante para deslegitimar a luta daqueles que sofrem diariamente.

Não se pode aceitar que estádios gritem cânticos homofóbicos. Ou racistas. Ou xenófobos. Ou qualquer outra coisa.

Não se pode aceitar que esses discursos tenham espaço no mundo. Não se pode acatar ao que foi dito porque é de outra geração, ou ainda é jovem. Ou foi um momento espontâneo após um título mundial do país que não é nada.

Não é racista, não é machista. Não é isso ou aquilo. Afinal, se machistas e racistas falam isso, deve ser verdade.

É preciso mudar. E a mudança passa por eles. Aqueles que não aceitam os abusos e se rebelam, como é o caso do gigante e histórico Vini Júnior.

Defender Vini Júnior é defender Endrick, que estará ao seu lado causando horrores nas defesas adversárias a partir de julho. É defender Rodrygo, que já está lá fazendo história. É defender milhões de espanhóis e imigrantes. É defender uma sociedade melhor.

Defender Vini Jr. é obrigação.

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