Opinião: ‘Desigual é levantar tema da grama sintética após levar passeio no Allianz’
Dorival Júnior tem 12 partidas como técnico no Allianz Parque por Palmeiras e rivais. Venceu somente duas vezes, ambas no gramado artificial. Na grama natural, já perdeu título e emprego
Dorival Júnior é um dos poucos treinadores que estiveram nos dois bancos de reservas do Allianz Parque. Foi ele, inclusive, quem comandou o Palmeiras nas duas primeiras partidas na volta para casa, contra Sport e Athletico-PR. Não venceu nenhuma delas, mas cumpriu o objetivo de manter o time na elite.
Como visitante, são dez partidas no Allianz, seis delas no gramado natural e nenhuma vitória. Pelo contrário. Neste período, Dorival perdeu a final da Copa do Brasil quando tinha uma equipe em momento melhor do que o Palmeiras, em 2015. Três anos depois, um revés no estádio sob o comando do São Paulo culminou na demissão dele ainda na fase de grupos do Paulista.
Conheça o canal do Nosso Palestra no Youtube! Clique aqui.
Siga o Nosso Palestra no Twitter e no Instagram / Ouça o NPCast!
Conheça e comente no Fórum do Nosso Palestra
VEJA NO NOSSO PALESTRA
Dorival Júnior fala sobre gramado sintético após goleada do Palmeiras no Allianz Parque
Desde então, foram quatro anos sem passar pelo estádio, o que ocorreu somente no ano passado, quando estava no Ceará. É bom frisar que o gramado sintético estava na terceira temporada de instalação e o encontro aconteceu na estreia do Campeonato Brasileiro. Foi a primeira vez na grama artificial e com vitória. Ele voltou meses mais tarde para um duelo também válido pelo torneio nacional, mas já à frente do Flamengo. Optou por escalar os reservas, empatou e ficou mais distante do título.
Dorival Júnior retornou ao comando do São Paulo em 2023 e ganhou jogando bola na mesma grama. Avançou na Copa do Brasil, caminhou para o título e nenhum sinal de reclamar ou dizer que era desigual. Bastou o passeio desta quarta-feira (25) para o tema virar pauta, justificando lesões em compromissos que nem foram somente contra o Palmeiras e antes da chegada dele ao clube.
Aliás, o São Paulo é o clube que mais esteve no estádio, independentemente do piso. Foram 21 jogos – 20 como visitante e outro como mandante – e somente quatro vitórias. O desempenho de 25,3% não é consequência da grama.
A comparação é desigual, Dorival. Assim como é desigual falar do gramado do estádio do Athletico-PR. São tecnologias diferentes, mas muito melhores do que grande parte dos locais em que se pratica futebol na divisão de elite. Você mesmo só conseguiu jogar a decisão no Maracanã porque ele ficou fechado por um longo tempo, assim como será para a final da Libertadores.
Os gramados sintéticos passam por aprovações periódicas da Fifa e precisam se enquadrar em uma série de requisitos para seguirem aptos. Por mais que você mais perca do que ganhe no Allianz Parque, a culpa não é do gramado, sobretudo quando se é goleado da maneira que foi com Raphael Claus sequer dando os acréscimos para evitar um vexame maior.