Opinião: ‘Fim melancólico de ano do Palmeiras tem até brechó de Leila Pereira’

Leila Pereira teve uma noite preenchida com o que mais gosta de fazer: aparecer. Distribuiu peças de roupas do Palmeiras de coleções passadas. A síntese do pão e circo palestrino

Leila Pereira entrou na presidência do Palmeiras com uma disputa de Mundial de Clubes como primeiro objetivo e terminará o segundo ano de mandato com risco do clube não participar da próxima Libertadores, algo que não acontece desde 2015. Ficar fora é comprometer financeira e esportivamente a temporada seguinte após um 2023 repleta de erros da atual gestão.

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A derrota para o Atlético-MG, na última quinta-feira (19), é o péssimo exemplo de comando do atual Palmeiras. Uma equipe esgotada física e tecnicamente em campo, discussão entre Veiga e Rony, poucas opções viáveis no banco e uma série de jovens atrás de soluções nada eficientes. Um Todos Somos Um que se derreteu no segundo semestre, curiosamente depois que a diretoria inviabilizou a saída de atletas e foi incapaz de atender os mínimos pedidos de Abel Ferreira. O atual momento não é por mero acaso.

Fora dele, Leila Pereira teve uma noite preenchida com o que mais gosta de fazer: aparecer. Distribuiu peças de roupas do Palmeiras de coleções passadas em um momento de brechó no Allianz Parque. A síntese do pão e circo palestrino. Mas engana-se quem pensa que a plebe foi escolhida para a farta distribuição de camisas, shorts e até mala! A presidente restringiu a entrega dos presentes para os torcedores do setor mais nobre do estádio, aqueles que pagam até R$ 500 por uma entrada, como aconteceu recentemente na semifinal da Libertadores contra o Boca Juniors.

O Palmeiras de todos, ops! O de poucos que são escolhidos a dedo e se aglomeram por vestimentas de até quatro anos atrás, quando a parceria com a Puma começou. Dentro do clube, pizzas e ingressos para quem é aliado político. Fora dele, roupas e acessórios só para quem pode pagar mais.

O contraste da diretoria que só pensa no lado financeiro se fez presente na torcida e renda do quarto revés seguido do Palmeiras no Brasileirão. O estádio registrou o pior público no Allianz Parque em 2023: 27.718. Por outro lado, a arrecadação se tornou recorde na história do clube desde o retorno do time para casa. São 31 partidas como mandante (28 no Allianz, duas no Morumbi e outra em Barueri) e R$ 84,3 milhões de arrecadação, superando os R$ 83,6 milhões do ano passado em 37 compromissos como mandante (35 no Allianz e dois em Barueri).

O valor arrecadado, inclusive, já é superior ao pago pelas empresas da presidente para monopolizar a camisa do futebol masculino, atualmente em R$ 81 milhões e defasado em relação a outros clubes da Série A, por mais que Leila duvide ou não queira reconhecer que o “maior patrocínio das Américas” ficou para trás, assim como tantas e tantas promessas não cumpridas.

O fim melancólico de temporada e a chance real de ficar fora da Libertadores são fatores secundários para quem tem como objetivo agradar o próprio ego e o povo, mesmo que ele seja cada vez menor.