Opinião: ‘Impunidade e revanchismo há mais de três décadas’

Violência causada por torcidas organizadas já causou morte de mais de 400 pessoas no Brasil, desde 1988. Briga na Fernão Dias é mais um triste capítulo de um cenário longe do final

O mês de outubro de 1988 marca a primeira morte de um torcedor por motivo de futebol no Brasil. Na ocasião, Cléo, um dos fundadores da Mancha Verde, foi assassinado aos 24 anos. Os criminosos jamais foram presos.

Conheça o canal do Nosso Palestra no Youtube! Clique aqui.
Siga o Nosso Palestra no Twitter e no Instagram / Ouça o NPCast!
Conheça e comente no Fórum do Nosso Palestra

VEJA NO NOSSO PALESTRA
Prefeito de Mairiporã afirma que 16 pessoas estão em estado grave após briga

Mais de três décadas depois a impunidade continua. Neste domingo (27), José Victor Miranda, de 30 anos, se tornou a estatística de número 406 no Brasil. São 15 registros somente em 2024, 58 na década. O levantamento pertence ao jornalista Rodrigo Vessoni.

O primeiro jogo após a morte de Cléo, em 1988, aconteceu entre Palmeiras e Cruzeiro, no Palestra Italia. Minuto de silêncio, faixa da polícia contra a violência no futebol e briga durante a partida. O primeiro ato por um pedido de paz terminou em confusão.

De lá para cá, mais de 400 pessoas perderam a vida dentro e fora dos estádios. A última delas voltava de um estádio no Paraná, morreu em São Paulo e estava a caminho de Minas Gerais. Bem distante do local em que a partida aconteceu.

O revide de palmeirenses aconteceu na mesma rodovia em que há dois anos eles foram atingidos por cruzeirenses. A briga sem fim só acontece porque a impunidade é a tônica do conflito entre facções rivais.

As autoridades estão sempre um passo atrás de quem se organiza para a barbárie. Quem mata, se orgulha. Quem morre, vira mártir. E ninguém é responsabilizado.