Opinião: ‘A Terra é chata nos polos; e nos fins de semana sem Palmeiras’

Os palmeirenses são obrigados a ficar eternos 15 dias sem um jogo de seu time em nome da aberração que agora chamamos de Data Fifa

O Palmeiras é finalmente líder do Brasileirão pela primeira vez no ano. Justo no meio de novembro, um dos momentos mais decisivos do campeonato. E os palmeirenses são obrigados a ficar eternos 15 dias sem um jogo de seu time. A essa aberração se deu o nome de Data Fifa.

Naturalizamos e, por vezes, até defendemos a meia-medida. Não surpreende em nada que Abel Ferreira reclame tanto do calendário do futebol brasileiro. Já são quase 70 partidas no ano, entrando em campo de três em três dias, para uma longa pausa sem sentido a quatro jogos do fim da temporada. Alguns dirão que é melhor do que atuar desfalcado pelas seleções, o que é verdade. Mas não resolve nada.

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Se ao menos fosse possível treinar da forma correta, a história seria diferente. O Palmeiras, como qualquer outro grande clube, acaba punido pela competência, perdendo mais de 20% de seu elenco. Para os jogadores, representar seus respectivos países é uma conquista gigantesca e deve ser celebrada como tal. Duro é ver Endrick e Veiga sabotados na Seleção Brasileira mais sem sal da história e voltando cansados ou desconcentrados para onde realmente são importantes.

Nos últimos 15 anos, a CBF incinerou qualquer relação que o povo nutria com a equipe nacional. Em nenhum outro lugar do mundo uma Seleção atua tão pouco em seu próprio país. Quando o faz, pratica preços extremamente abusivos. Talentos são exportados cada vez mais cedo e vão embora antes de criar qualquer identificação. Daí temos que ver o possante Emerson Royal titular da lateral-direita, sendo que o Mayke é no mínimo umas cinquenta vezes superior. Desse jeito, é normal que perca pra Colômbia e Uruguai, ainda que nunca tenha sido.

Na irritante ausência do Palmeiras, gostaria de poder desfrutar de bom futebol no final de semana. Se o Brasil anda muito mal das pernas, do outro lado há um milagre chamado Messi, que está se divertindo como nunca com a bola nos pés. Custava marcar essa pelada no Maracanã para a tarde de domingo? Aos corajosos da noite quase madrugada de terça-feira, meu desejo de boa sorte.

A menos que Endrick tenha a chance de deixar dois argentinos pelo caminho antes de marcar um gol que seria comentado nos quatro cantos do mundo, hoje não tenho motivo algum para sofrer ou me cativar com o time comandado pelo treinador do Fluminense.

Isso tudo sem falar sobre a insanidade que agora chamam de Seleção Pré-Olímpica. Longos oito dias para Fortaleza e Palmeiras no Castelão.