O Palmeiras é mais nômade do que parece

O Palmeiras fez 190 jogos como mandante desde a volta para a casa, em novembro de 2014, e precisou sair do Allianz Parque em 30 oportunidades

O Palmeiras precisará sair de casa pela terceira vez na temporada, a segunda em um clássico. A troca do gramado tirou os jogos contra São Paulo e Oeste, em janeiro. Agora, o Morumbi será palco do duelo contra o Santos e o Verdão será mandante no estádio após quase 13 anos.

Desde a volta para casa, em novembro de 2014, o Palmeiras fez 190 partidas com mando de campo – já somando o de domingo – e precisou sair do Allianz Parque 30 vezes. A cada seis compromissos, um ele faz distante da Rua Palestra Italia.

Nenhum outro clube do país sai tanto de casa como o Palmeiras. Ao mesmo tempo, o Allianz é a arena que mais recebe eventos no mundo desde a reforma, o que explica a necessidade do clube em procurar outro lugar para atuar.

O Pacaembu era a opção mais cômoda, tanto que das 30 partidas feitas fora, 26 foram no Paulo Machado de Carvalho. Duas foram na Fonte Luminosa, em Araraquara, uma no Brinco de Ouro, em Campinas, e outra acontece no Morumbi.

A privatização do estádio impossibilitará o mando de jogos no Paca e o clube tende a ficar nômade como aconteceu no período da reforma. Isso é ruim esportivamente e financeiramente, uma vez que diminui sensivelmente a queda nas receitas de renda e o projeto do sócio-torcedor. Isso, claro, pensando na volta do palmeirense ao estádio quando a pandemia passar.

Vale lembrar que o custo das partidas sem público já gerou ao Palmeiras um prejuízo de R$ 232.120,60. Foram cinco até o momento: quatro pelo Paulista e uma pelo Brasileiro.

A questão dos clássicos também tem sido problema. O Alviverde fará o sexto como mandante fora, o terceiro contra o Santos. São outros dois diante o Corinthians e um ante o São Paulo. A cada cinco vezes que sai de casa, um é para atuar contra os principais rivais.

O histórico recente aponta três dos quatro últimos clássicos fora. O único aconteceu na decisão do Paulistão e foi nele em que o time marcou o único gol do ano contra os principais concorrentes do estado.

A data para o evento da final da Liga dos Campeões estava reservada desde que a Uefa confirmou a decisão para 23 de agosto e o Palmeiras sabia da necessidade de procurar outro estádio. Sem o Pacaembu disponível a escolha será mais difícil e a diretoria vai precisar encontrar meios para amenizar o prejuízo esportivo, mesmo que isso signifique alugar a casa de um rival como foi feito com o Morumbi.

Texto escrito por Rafael Bullara

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