Nas duas partidas das quartas de final da Copa do Brasil, contra o Ceará, a comissão técnica palmeirense testou uma formação muito utilizada por Abel Ferreira em seus outros trabalhos: o 5–4–1, com três zagueiros. Entretanto, a equipe apresentou algumas dificuldades devido à falta de intimidade com esse esquema.
Em primeiro lugar, precisamos fazer duas ressalvas: os três zagueiros foram utilizados quando os jogos estavam encaminhados e, portanto, havia um relaxamento. Além disso, não faremos uma crítica à ideia e sim apontaremos os problemas na execução dela. Com tempo de treinamento, é possível jogar bem de qualquer maneira.
Se temos um jogador a mais na linha defensiva, consequentemente teremos um atleta a menos nas linhas de meio e de frente. Para o Palmeiras, isso tem significado perda de pressão na bola, de organização defensiva e ofensiva. A marcação no meio-campo fica confusa e o time perde muitas bolas ao sair para o ataque.
Nessa imagem, por exemplo, a linha defensiva está montada, porém o lateral-esquerdo do Ceará tem muita liberdade e, do meio para frente, somente Patrick de Paula está atrás da linha da bola. Já no frame abaixo, a saída de jogo alviverde está completamente esvaziada.
Curiosamente, no jogo de volta na última quarta-feira (18), o 5–4–1 foi adotado aos 13 do segundo tempo, quando Lucas Esteves entrou na ala esquerda e Mayke virou o terceiro zagueiro. Nesse momento do jogo, Lucas Lima, responsável por reter a bola e oferecer uma mínima aproximação, ainda estava em campo. Quando ele foi substituído, Gómez na zaga, Mayke voltou para a lateral e Esteves foi para o meio.
Falando em Marcos Rocha, a função dos laterais muda no esquema de três zagueiros, afinal, eles se tornam alas. Porém, ainda não está claro o que eles devem fazer. Sustentar a linha defensiva e guardar posição ou sair para caçar o ponta? Aparentemente, ninguém ainda tem muita certeza.
Essa questão das alas, na verdade, é geral. Não houve tempo para estabelecer qualquer tipo de padrão de jogo com três zagueiros. Assim sendo, os jogadores não sabem o que fazer. Defensivamente, a abordagem de marcação não está bem definida, os atletas fazem perseguições aleatórias e se desorganizam. Em fase ofensiva e em transição, não há nenhuma aproximação e boa ocupação de espaços.
Mas, sem desespero ou cancelamento da ideia dos três zagueiros! Com os treinos, tudo isso deve melhorar. Abel Ferreira tem um plano.
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