Neto de fundador do Corinthians, torcedor do Palmeiras ajuda Abel entender rivalidade contra São Paulo: ‘Me senti auxiliar’

Eduardo Santoro, de 58 anos, enviou livro 'O Palestra vai á Guerra - 1942' na semana entre um jogo e outro das quartas da Libertadores de 2021. Clubes se enfrentam pela Supercopa Rei

A rivalidade histórica entre Palmeiras e São Paulo vai além das quatro linhas e, dentro de campo, mais um capítulo do confronto será contado neste domingo (4), com a disputa da Supercopa Rei, no Mineirão. Para entender melhor o tamanho do clássico, Abel Ferreira ganhou o apoio de Eduardo Santoro, palmeirense de 58 anos.

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Em 2021, entre um jogo e outro das quartas de final da Copa Libertadores. Eduardo contou com ajuda de pessoas do clube para que o livro “O Palestra vai à Guerra – 1942”, escrito por Celso de Campos Jr., chegasse até o treinador português. Na ocasião, o Verdão havia perdido a decisão estadual para o rival, tinha empatado o jogo de ida da Libertadores no Morumbi por 1 a 1 e tinha o tabu de jamais ter eliminado o São Paulo na competição continental.

– Comprei o livro e devorei em uma tarde. Ele é cheio de detalhes e documentos da época com toda a história da mudança do Palestra para Palmeiras. A gente tinha perdido o Paulista e não podia ser eliminado na Libertadores. Entre os jogos, eu falei: “o Abel precisa ler esse livro e entender o que significa a rivalidade contra o São Paulo”. Consegui fazer com que um exemplar chegasse até ele, escrevi uma dedicatória e, felizmente, tudo deu certo. Claro que a vitória e a classificação não vieram por minha causa, mas posso dizer que me senti um auxiliar técnico (risos) – comenta Eduardo Santoro ao NOSSO PALESTRA.

Santoro ao lado de Alex no jogo contra o Fluminense, pelo Brasileirão de 2023 (Foto: arquivo pessoal)

Neto de italiano, Eduardo teve o avô, Emílio Santoro, como um dos sócios fundadores do Corinthians, porém o pai se tornou palmeirense justamente ao viver o preconceito do período da Segunda Guerra Mundial.

– O meu avô foi sócio fundador do Corinthians e morreu corintiano, mas o meu pai cresceu vendo o pai dele sendo chamado de “fascista italiano” toda vez que deixava a casa para o trabalho. Ele tinha 11 anos na época da mudança de nome e a história do Palestra foi uma referência de garoto. Virou torcedor do clube e passou a paixão para mim, meu irmão e a família – explica Santoro.

Além do presente recebido pelo palmeirense, Abel também teve outras referências desde a chegada ao Brasil para entender o significado do Choque-Rei. Neste domingo (4), ele disputará a terceira final contra o São Paulo e tem uma vitória (2022) e uma derrota (2021), ambas no Paulista.

– Conheço bem (o clássico), por várias vias, livros, pessoas que me contaram e pela própria história do Palestra Italia – disse Abel Ferreira ao NP.

Conhecedor do tamanho do confronto e atrás do décimo título dele à frente do Palmeiras, Abel e seus comandados tentam mais um troféu a partir das 16h (de Brasília), no estádio do Mineirão.

“O Palestra vai à Guerra – 1942”
Escrito pelo jornalista Celso de Campos Jr. e ilustrado por Gustavo Piqueira, a obra contra a história do momento político do Brasil durante a Segunda Guerra Mundial e como isso interferiu diretamente na vida do Palestra Italia às vésperas do duelo contra o São Paulo, na luta pelo título do Campeonato Paulista. Além da rivalidade no campo, o livro relata as disputas entre eles também fora dos gramados. A publicação é da Garoa Livros, mesma editora que lançou “Cabeça fria, coração quente”, escrito por Abel Ferreira com a participação da comissão técnica portuguesa.