Feminino

Papo tático: como o time feminino do Palmeiras retornou para o Brasileirão

Após uma pausa de mais de 160 dias, o Palmeiras voltou a atuar pelo Campeonato Brasileiro Feminino A1

Time do Palmeiras em campo contra a Ponte Preta (Foto: Divulgação)

Time do Palmeiras em campo contra a Ponte Preta (Foto: Divulgação)

O time do Palmeiras entrou em campo no último sábado (29) contra a Ponte Preta, ganhando a partida por uma goleada de 4×1. O NOSSO PALESTRA e o Análise Verdão fizeram um estudo, em detalhes, sobre como joga o time do treinador Ricardo Belli, nesse retorno, em cada fase do jogo. 

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O time entrou em campo escalado, teoricamente, em um 3-5-2, porém, esse esquema ficou somente na prancheta. Quando o time tem a bola no pé, as jogadoras de ataque e meio de campo tem total liberdade para se movimentar, trocar de posição e atacar nos espaços deixados pelo adversário, algo admirável.

Exemplificação do sistema acima (Análise Verdão)

Defesa

O sistema ofensivo da equipe de Ricardo busca constantemente encontrar lançamentos nas costas da defesa e explora muito os corredores laterais, com Isabella, a lateral direita, dando profundidade e amplitude pelo lado direito, e Camilinha fazendo o mesmo pelo lado oposto. 

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Lançamentos pela lateral (Análise Verdão)

Como comentado, Isabella avança, Thaís segura um pouco mais na lateral esquerda formando uma “linha de 3”.

Aos 25 do segundo tempo, a jogadora da Ponte foi expulsa e o Palmeiras ficou com uma a mais em campo. Assim, a primeira linha defensiva, a qual já jogava extremamente alta, passa a jogar praticamente na intermediária defensiva, Thaís se torna uma meio campista, tendo liberdade no meio e liberando. Isso não deve acontecer na partida contra o Avaí/Kindermann, pois é um time que trabalha mais a bola.

Meio de campo  

Pelo meio, Angelina pode jogar mais próxima da área do oponente, como atuou na última partida. Isso gerou o primeiro gol alviverde. Deste modo, a primeira linha de defesa ficou somente com Janaína e Agustina, o que é extremamente perigoso quando a ponte recupera a bola e transita ofensivamente com velocidade. Desta maneira, com o erro da zaga, também saiu o gol do time da Ponte Preta. 

Lance do gol da Ponte Preta (Análise Verdão)

Para o retorno do segundo tempo, o Palmeiras voltou com total domínio do jogo. A formação da Ponte deu muito espaço entrelinhas para as atletas palmeirenses ocuparem. O Verdão fez isso muito bem, resultando no pênalti que gerou o segundo gol. Na organização defensiva, o time manteve as linhas extremamente altas e pressionava muito a saída de bola adversária. Funcionou bem, mas se o adversário quebrar essa pressão, pode criar uma chance de perigo. 

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A pressão que o Palmeiras realiza (Análise verdão)

Sobre as transições, o Palmeiras recuperava a bola e buscava tirar da pressão para recomeçar a jogada na ofensiva, na defensiva aplicava uma intensa pressão após perder a posse.

A pressão dentro do campo de ataque do adversário (Análise Verdão)

Ataque

Já nas bolas paradas, o Palmeiras desperdiçou a maioria dos escanteios, mas não se pode tirar os méritos de Belli. Em uma jogada ensaiada no escanteio saiu o quarto gol da equipe. 

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Cobrança de escanteio (Análise Verdão)

A relação do Palmeiras com bola parada fica melhor quando falamos sobre a Isabella. Ela é a batedora oficial do time, os golaços de falta sempre estão presentes. Esse pode ser um ponto que ajude a equipe em algum jogo mais complicado.

Também é preciso dar destaque para a Carla Nunes. Ela é o tipo de jogadora que, com a bola caindo no pé, resolve. A meio-campista foi artilheira do time em 2019 e é a atual do elenco e do campeonato. 

O time palmeirense tem ótimas peças, que ainda precisam encaixar melhor. Ricardo Belli tem um grande elenco em suas mãos, pode usar e abusar do talento das atletas. O bom desse fator é que seria possível fazer uma boa rodagem no time para os dois campeonatos.