A maldição da camisa 10

Não é possível.

Acho que se o Usain Bolt vestisse a camisa 10 do Palmeiras ele sentiria a coxa nos primeiros 10 metros rasos e ficaria fora de pelo menos uma final olimpíca.

Rafael Nadal sentiria o músculo posterior do períneo na primeira “ajeitada” na bermuda antes do segundo saque do primeiro game na estréia de Roland Garros, caso usasse o manto que já foi de Ademir da Guia.

Lebron James se largasse a 23 dos Cavs e vestisse a 10 que já foi do Alceu (Nããããããããããão), romperia o tendão de aquiles a 10 segundos do final do jogo 6 dos playoffs da NBA Finals e não conseguiria dar aquele arremesso mortal.

Lionel Messi, que nunca se machucou na carreira, sentiria um incômodo na virilha na primeira arrancada que tentasse com a 10 palmeirense.

Não é possível.

Desde que Moisés trocou a 28 pela 10, os fantasmas valdivianos seguem o perseguindo. Logo após uma atuação digna de camisa 10 no Peru, para Divinos, Alexes e Djalminhas aplaudirem de pé, o profeta novamente sentiu um problema muscular e deve ficar mais um tempinho fora dos gramados.

A 28 que o acompanhou durante a campanha do Eneacampeonato em 2016, agora é do menino Hyoran, e parece que caiu perfeitamente nele.

Que tal a Sociedade Esportiva “aposentar” a 10 por um tempinho só pra ver se isso é paranoia da nossa cabeça mesmo.

Use a 37, ou a 53. Seu futebol será monstruoso e divino com qualquer número.

Volte logo, profeta!

Moisés em ação diante do Botafogo pelo Campeonato Brasileiro de 2016. (Foto: Marcelo Brandão/ Click Parmera)