A timidez do Palmeiras no mercado tem um lado bom

Foto: Cesar Greco/Ag. Palmeira

O torcedor palmeirense se acostumou a ver o seu clube como protagonista no mercado de transferências nos últimos 5 anos. Desde a chegada de Alexandre Mattos no Verdão, todo final de temporada reservava pelo menos duas grandes contratações do clube para a próxima temporada que viria.

O ano de 2020 chegou para acabar com toda a história do dirigente mineiro no comando do futebol alviverde. Sem Mattos, já era sabido que o Palmeiras iria ‘sofrer’ um pouco mais no mercado. Para o seu lugar, chegou Anderson Barros, dirigente carioca que estava há um bom tempo no comando do futebol botafoguense.

Em quase 25 dias de trabalho, Barros ainda não conseguiu contratar nenhum jogador para o Verdão. Por outro lado, o dirigente fez o que diretoria e torcida esperavam: começou uma limpa no desgastado elenco palmeirense. Borja foi emprestado para o Junior Barranquilla, Antônio Carlos para o Orlando City, enquanto Thiago Santos já havia sido vendido para o Dallas FC.

Fernando Prass e Dracena tiveram seus contratos encerrados, e os próximos a deixarem o clube devem ser Carlos Eduardo e Deyverson.

Barros também negociou Artur com o Bragantino. Apesar de ter dividido opiniões, o fato de conseguir R$ 25 milhões pelo futebol do jovem atacante trará um grande alívio para as contas do clube.

Pela primeira vez após muito tempo, o Verdão inicia um ano sem contratar ninguém.

A política de uso da base parece que enfim sairá do papel.

A torcida terá que voltar a ser paciente e acreditar no projeto de reestruturação do clube. Principalmente transformando o Allianz Parque em um caldeirão que não se viu na temporada passada. Mas claro que essa conexão tem que ser mútua, e nesse quesito a culpa é bem maior da diretoria.

A soberba e a ilusória riqueza do passado terão que dar lugar para a humildade e o trabalho dentro de campo no presente. Ter os pés no chão pode ser essencial para um futuro de sucesso.

Talvez seja isso que o Verdão mais precisa para 2020.

Diminuir os holofotes, as loucuras desenfreadas que trouxeram prejuízo, e claro, ter o seu povo por perto novamente.