Abel Ferreira relembra negociação com Palmeiras e explica como livro de Gallardo ajudou a vencer Dérbi

Treinador do Verdão afirmou que utilizou uma movimentação que aprendeu na obra do argentino na partida contra o Corinthians

De férias com a família em Portugal, o treinador do Palmeiras, Abel Ferreira, concedeu uma entrevista ao programa Seleção Sportv e explicou como ocorreu a negociação com o Verdão e o motivo de ter escolhido sair da Grécia rumo ao Brasil.

Conheça o canal do Nosso Palestra no Youtube! Clique aqui.
Siga o Nosso Palestra no Twitter e no Instagram
 / Ouça o NPCast!

– Minha carreira como treinador é curiosa. O treinador (do Braga) foi despedido e eu tive quatro dias pra preparar o jogo. Chame de sorte, competência, o que vocês quiserem. Tudo o que eu preparei aconteceu no jogo. Falei: “vamos estar ganhando de um a zero, vamos fechar uma linha de cinco e há dez minutos do fim vou fechar desta maneira”. Isso aconteceu na hora certa. No fim, começaram a dizer que tinha que ser este treinador. Eu fui pra equipe principal vindo da equipe B. Temos que acreditar, trabalhar, estar preparado para a oportunidade. Foi isso que fiz no Braga, ganhamos zero títulos, mas vai ver o quanto que o Braga faturou em vendas. Fui ao PAOK, que tinha sido campeão grego e da copa. Fizemos uma temporada regular, ficamos em segundo. Quase fomos para a Liga dos Campeões. Passado um mês, o Palmeiras liga sobre a possibilidade de ir. Uma das pessoas da minha equipe técnica disse que era um dos maiores do Brasil. Fiz meu trabalho de casa. Tivemos três reuniões e cheguei à conclusão de que era o clube certo para eu ganhar títulos. Se não fosse ali, não seria em lugar nenhum.

Além disso, o português comentou sobre o gosto que tem por ler livros de outros técnicos, costume que o auxiliou na estratégia no jogo contra o Corinthians, no qual utilizou uma movimentação característica de Marcelo Gallardo.

– O Mourinho é a referência para todos. Foi o primeiro a abrir portas. Quando casei, levei três livros dele debaixo do braço. Eu era jogador na altura, e queria entender o que ele tinha que todos falavam, eu achava curioso. Comecei a ler tudo o que ele escrevia, falava com os jogadores. O que o treinador português tem? Os treinadores conversam muito. Quando fomos jogar contra o River Plate, eu e a minha equipe técnica compramos o livro do Gallardo e no jogo contra o Corinthians utilizei um movimento que aprendi nele. Tenho aqui em casa um livro do Telê Santana. Podemos aprender com todos os treinadores. O que o treinador português tem é a partilha. Nós trocamos experiências. Dentro de campo queremos ganhar, mas fora há respeito.

Por fim, o técnico comentou sobre as contratações da equipe para a temporada, afirmando que não indica nenhum jogador para a diretoria.

– Nós não contratamos jogadores pro Abel. O Palmeiras tem um centro de recrutamento, de análises, que me propõem jogadores. Eu não proponho ao Palmeiras. Todos os jogadores contratados, são sempre propostos pelo Palmeiras. Destes, parto do princípio de que o clube tem condições de contratar. Quando cheguei ao Palmeiras, pedi um lateral esquerdo, que só tínhamos um, um zagueiro canhoto, um meia e um centroavante. Pela dificuldade da pandemia, contratamos o Breno, um dois em um. Depois, descobrimos um jogador que poderia jogar de volante, que foi o Emerson. Eu só quero que todos percebam que as expectativas que criamos, que os torcedores têm, temos que as acompanhar, ou sermos verdadeiros com eles.

Abel Ferreira chegou ao Palmeiras em outubro de 2020 e, desde então, conquistou o carinho da torcida e dois títulos, sendo estes a Libertadores e a Copa do Brasil. Atualmente, o técnico está de férias em Portugal.

LEIA MAIS
João Martins explica dificuldades do Palmeiras contra a Ferroviária e elogia Crias da Academia
Rafael Elias quer ‘renascer’ no Palmeiras e agradece apoio do clube após punição por doping