‘Avanti, Palestra’ e o último romântico

Abel Ferreira se parece com o último romântico, aquele da canção que Lulu Santos cantou ao mundo no começo dos anos 80. Idealista, sonhador, inocente em sua gana, intenso em sua palavra.

Romântico, em linhas gerais e um pouco tendenciosas, Abel não esconde, não disfarça, não economiza. Ele chegou ainda ontem e, no embalo das músicas, foi sorrateiro e vadio, bem de mansinho, tomando conta de tudo. E de todos (nós).

É assombroso como alguém pode se apropriar – e de forma bonita e contagiante, duma cultura que estava oceanos de distância dele até uns dias atrás. Máquina do tempo pro carisma.

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Da Grécia pro Brasil, ele se desembestou em questão de horas, mal dormiu e sabia de todos os mais rasteiros detalhes do Verdão. Nomes, momentos, bastidores, alianças, bordões. Consumiu o Parmerismo como quem come um bacalhau de Natal.

Abel optou pelo modelo profissional. Sem boleiragem, sem tatiquês. De todos os métodos e verbos, escolheu o mais efetivo, que é o sincero. Abriu o diálogo sobre os problemas e quis promover soluções.

Soluções essas que passam diretamente por cuidar melhor do material humano que tem. Sem descarte, sem responsabilizações. Oferecer ao profissional a chance para que ele exerça seu trabalho é honesto. No mundo de hoje, é romântico.

O ápice da trajetória meteórica é encarnar o ‘Avanti, Palestra’. Em teoria, é simples. Frase clássica, representativa e super exaltada, mas quem tem a coragem e bradar, gritar, berrar, logo de cara, com tamanha intensidade, essa história toda?

Abel Ferreira, o último romântico.

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