Carta aberta ao Palmeiras

POR GIULIA ARONE

É difícil começar a escrever e encontrar palavras pra representar o que significa o descaso do Palmeiras. Um clube, que é muito mais que um clube, que tem alma de imigrantes e operários que sangraram para nossa existência.

Insistem em nos afastar, insistem em nos escorraçar. O Palmeiras virou as costas pro seu maior patrimônio: a torcida. Essa que sempre canta e vibra. Essa que chora dor a cada derrota, a cada gol perdido e que grita com o coração cada passo a frente dado.

Sim, é inegável pra qualquer um que talvez sejamos os mais intensos. É inevitável pra nós que provavelmente não aceitemos bem a derrota. Porém, aprendemos e muito com elas.

E, então, de um clube perseguido, passamos a ser um clube perseguidor de quem mais te ama, Palmeiras. De quem não aceita que falem mal de ti. De quem não aceita a derrota. De quem te empurra pra vitória. De quem nunca, e eu disse nunca, vai te abandonar. Porque, gostando das consequências ou não, somos puro coração, e nós transformamos a lealdade em padrão em todos os momentos. Nós te vivemos todos os segundos de todos os dias.

Só peço que saiba que a nossa vontade de te apoiar nunca passa. A nossa vontade de te amar nunca acaba. E a nossa vontade sempre vai importar mais. Sempre. Mesmo que você nos cerque, e deixe que joguem bombas em nós. Mesmo que nosso dinheiro importe mais no final. Mesmo que nada importe pra vocês, além da riqueza. Nós somos a riqueza, e isso nunca vai mudar.

O mais importante nisso tudo é que como uma grande família Italiana, brigamos, mas nos apoiamos como ninguém. E se quiser nos empurrar, iremos empurrar de volta todos juntos. Hoje, contra o São Caetano, a plenos pulmões de quem sempre grita por você, novamente representaram a nossa voz. Não fomos todos, mas somos o verdadeiro todo.

Muda! Nunca é tarde demais, Palestra Itália.