Chamando a cavalaria. Palmeiras 3 x 1 Cruzeiro.

O Palmeiras almoça líder do BR-18 antes de Botafogo x São Paulo. Quase tem de engolir seco um erro do eficiente Gómez que meteu a mão na bola bem fora da área, mas o assistente Hélcio Neves viu dentro (como eu, na cabine da Jovem Pan, no Pacaembu, também vi muito errado – mas não estava tão bem posicionado como o bandeirinha).

Erros horrorosos que se amontoam e explicam o porquê também do baixo nível do futebol brasileiro. Não necessariamente de Palmeiras x Cruzeiro. Mesmo com equipes reservas (o mais interessado e mordido Palestra paulista tinha Felipe Melo, Bruno Henrique e o melhor em campo Dudu entre os bambas, contra apenas Leo do Palestra mineiro entre os bem escalados e montados por Mano), mesmo com poucas chances (5 x 3), o jogo foi bom. Dos melhores de um dos piores campeonatos – ainda que emocionante e imprevisível.

O Cruzeiro com Mancuello atrás dos volantes verdes e próximo a David e Raniel no ataque celeste começou melhor e mais perigoso. Teve duas chances com Raniel que não soube aproveitar – diferente dos jogos pela Copa do Brasil, quando o Cruzeiro abriu o placar. Aos poucos o Palmeiras foi fazendo o jogo dele. Pressionando com Dudu ganhando todas de Hermes pela direita, Hyoran bem pela esquerda, e Lucas Lima aproveitando bem a primeira chance para chutar a bola que desviou em Manoel para tirar do lance o ótimo Rafael, aos 22.

Aos 29, o erro que nem o próprio Palmeiras reclamou como deveria pelo absurdo. Pênalti bem batido por Mancuello e o resultado trabalhado por Mano até o desempate na bela cabeçada de Hyoran, no cruzamento de Dudu, aos 41.

Na volta do intervalo no calor do ensolarado meio-dia paulistano, os times foram tocando mais a bola e correndo menos (também pela ainda tripla jornada de ambos até o meio de semana). Mano chamou a cavalaria com Sóbis, Arrascaeta e o retorno de Fred depois de longo tempo. Mas não deu três minutos e Willian cavou o pênalti afobado de Hermes (que correu risco pela orientação do apito desnorteado do Brasil) que Gómez bateu bem, e ainda assim Rafael quase defendeu.

Lance de pênalti que nasceu de uma bela matada no peito e inversão linda de Deyverson para Willian. Sim. Deyverson. O mesmo que faz uma fumaça sem fogo. Que chama bacana a torcida para festejar e inflama infantilmente os rivais com passadas de pé, embaixadas e presepadas que só jogam contra ele e contra o time. Como bem sabem companheiros e comissão técnica.

Deyverson que merece elogios pelo lance do terceiro gol. E todas as orelhas puxadas pelas firulas desnecessárias para um time que chega ainda muito forte nos dois campeonatos. Palmeiras que pode sonhar, tem motivos para reclamar da arbitragem, e não pode perder o foco. Mesmo pensamento para o Cruzeiro que foi prejudicado na Libertadores e também ainda está vivo no torneio e finalista da Copa do Brasil.