Com uma ressalva, a eficiência do Palmeiras fez a diferença contra o América-MG

A vitória do Palmeiras por 2 a 1 sobre o América-MG muito teve a ver com a qualidade dos setores ofensivos de cada equipe. Na entrevista coletiva após o confronto, o técnico Roger Machado foi questionado se o Palmeiras poderia ter vencido por mais gols, porém bem que a pergunta poderia ser direcionada para o treinador Enderson Moreira, do América. Repare na resposta:

“Chama-se eficiência. Eficiência de oportunidades criadas. Muitas vezes precipitamos, mas o importante para gente é a produção ofensiva e a eficiência das oportunidades que você cria. Muitas vezes você cria menos e precisa de uma eficiência maior”, disse Roger Machado, do Palmeiras.

Enquanto o Palmeiras acumulou 10 finalizações, a equipe do América-MG conseguiu quase o dobro: 19 conclusões. Como já afirmei, a qualidade dos atletas fez a diferença quando observamos o número de conclusões corretas, ou seja, na direção do gol. Enquanto os comandados de Enderson Moreira obtiveram 21% de aproveitamento no quesito, acertando apenas quatro vezes o gol, a equipe de Roger Machado encerrou o duelo com 50% de aproveitamento, acertando o gol em cinco oportunidades. Duas bolas entraram no gol do América e apenas uma no gol do Palmeiras, por isso a eficiência dos atacantes palmeirenses fez a diferença. Mas um nome em especial merece uma ressalva.

  • PARA BALANÇAR AS REDES, BORJA PRECISOU DE TRÊS CHANCES CLARAS DE GOL
Borja abriu o placar para o Palmeiras em Belo Horizonte – Foto: Cesar Greco

Ao todo foram 10 chances criadas pelo Palmeiras, sendo três delas concluídas por Miguel Borja. Na primeira tentativa, faltou concentração ao colombiano para dominar uma bola na pequena área. Na segunda, faltou concentração ao colombiano para acertar o gol vazio. Na terceira, aí sim, o centroavante balançou as redes. Nem sempre ele terá três chances tão claras quanto essas diante de outros adversários para deixar sua marca e ajudar a equipe. Perder gols não é pecado, desde que não os perca por falta de concentração.

Miguel Borja é atacante de dois toques na bola. Quando a jogada exige mais do que isso, suas limitações ficam evidentes. Desde o começo da carreira, controle de bola ou dribles raramente aparecem nos lances em que o colombiano é decisivo. Contra o América-MG, por exemplo, ele balançou as redes com um toque na bola e deu uma assistência com outra.

A eficiência é fundamental para que um time obtenha resultados expressivos em partidas consideradas mais fáceis e vença, mesmo que pelo placar mínimo, partidas consideradas mais difíceis. Prova disso está nos números do confronto entre América-MG e Palmeiras. Para ser eficiente é sempre importante estar concentrado.

Falar sobre concentração não envolve barrar o colombiano, mas alertar para uma de suas deficiências. Borja e Willian estão disputando posição e possuem características de jogo nada parecidas. Por isso, podem ser utilizados em diferentes momentos. Porém, ambos precisam estar sempre em seu grau máximo de concentração para que o time não lamente chances perdidas em importantes jogos da temporada. Contra o Corinthians, por exemplo, no final de semana, poucas serão as chances do Palmeiras de balançar as redes. É preciso concentração máxima se quiser balançar as redes.