Depois de ano “muitíssimo complicado”, Abel quer Palmeiras. Que vai ter de saber esperar

A definição do técnico para 2018 envolve uma situação que pode ser definida entre a pressa do Palmeiras contra a calma de Abel Braga. Por um lado, há um clube que definiu que não quer Alberto Valentim no comando, mas que corre contra o tempo para não ter semelhanças com o planejamento deste ano, com um profissional que chegou de supetão como foi com Eduardo Baptista; por outro, há um homem que teve um ano muitíssimo complicado tanto no pessoal quanto profissionalmente falando.

Acima de tudo, Abelão ainda sente a perda João Pedro Braga, há quase quatro meses. Aquela molecada do Fluminense virou uma espécie de família a ele nos momentos de aperto. Dores particulares à parte, o técnico sofreu para evitar o rebaixamento da equipe, algo que aconteceu apenas na última rodada, a antepenúltima do campeonato, diante da vitória de 2 a 0 sobre a Ponte Preta. Foram muitas as vezes que ele serviu de escudo durante todo o ano para a direção – e que soube, com a experiência, contornar para não ter de abrir a boca, falar o que pensava e expor a situação do clube carioca. Abelão tem um “cuidado enorme com os garotos”.

Agora livre da ameaça de lidar novamente com a Série B, Abel vai conversar com a diretoria do Fluminense. O problema para o Palmeiras é que ainda não se sabe quando a reunião do cobiçado treinador com a diretoria do time do Rio vai acontecer, se antes da próxima rodada ou depois do término do Brasileirão. Alexandre Mattos havia posto a próxima sexta-feira como prazo de definição. Se quer de fato o treinador de 65 anos, o diretor-técnico vai ter de entender e esperar por mais uns dias. Pode contar a ele um importante fato: Abel quer vir, até porque sabe que mudaria seu patamar dirigindo uma equipe para conquistar títulos, e não para se salvar da degola. Abel, diga-se, tem contrato por mais um ano com o Fluminense.

Se Mattos seguir à risca com seus dias e horas, vai partir para o ‘plano B’, Roger Machado, sem clube no momento. Se bem visto pela diretoria, não conta com um grande apoio da torcida. Que canta, grita e tem tido influência nas decisões que o comando do Palmeiras tem tomado.