Diante do que foi 2017, Palmeiras não pode nem pensar em cometer o mesmo erro

Na temporada passada, diretoria e torcida acreditaram em um Palmeiras campeão de tudo com aproveitamento próximo de 100%.Uma classificação quase antecipada na primeira fase da Libertadores não foi suficiente para dar sequência a um trabalho que tropeçou na soberba dos bons resultados diante da Ponte Preta. Erro que poderia ser assimilado com o tempo. Eduardo Baptista deixou o clube com 75% de aproveitamento, o 5º melhor de uma equipe da Série A até aquele momento no ano. Toda a crença de que o Palmeiras era forte o suficiente para ser campeão de tudo se voltou para a ideia de que Cuca era a verdadeira força. E ele voltou ao clube, sem todo o desejo que o guiou no ano anterior, dando no que deu.

Nessa temporada, assim como Eduardo Baptista, Roger Machado mais acertou do que errou. Reintegrou Felipe Melo, recuperou Borja, classificou o Palmeiras de forma antecipada para a fase seguinte do Paulistão e quando a vitória se tornou obrigação em Barranquilla, trouxe os três pontos para São Paulo. Até aqui, o atual treinador acumula 70% de aproveitamento, muitos acertos e alguns aprendizados. Lições contra Linense, Corinthians e São Caetano foram registradas para não serem repetidos. Erros que podem ser assimilados com o tempo. Do Palmeiras ao Manchester City, ao Paris-Saint-Germain, ao Real Madrid ou ao Íbis, todo trabalho acumula erros.

Acreditar é trabalho de fé. É duvidar da dúvida. É entender que erros são essenciais no desenvolvimento de um trabalho. No futebol, então, é fundamental crer nas escolhas feitas para saber dar tempo àquilo que precisa dar liga. Caso contrário, nada dará liga. Como não deu em 2017. Bruxos, gurus e milagres não são parte do universo profissional de alto rendimento esportivo. Demitir Eduardo Baptista em 2017 foi um erro, assim como também acredito que pedir a cabeça de Roger Machado no atual momento é errado.

Com 75% de aproveitamento em quatro meses de trabalho, os poucos erros de Eduardo Baptista não ganharam tempo para serem assimilados. Com 70% de aproveitamento, os poucos e recentes erros do trabalho de três meses de Roger Machado ainda estão sendo assimilados. Pedir sua demissão é mostrar que um ano inteiro se passou e o Palmeiras não assimilou o erro que cometeu na temporada passada.