Erik relembra título brasileiro e revela: ‘Felipão pediu meu retorno, mas meu desejo era continuar no Botafogo’

Em conversa com o NOSSO PALESTRA, atacante falou sobre a conquista nacional em 2016 e sobre sua saída do Maior Campeão Nacional

Há seis temporadas, em 2016, o Palmeiras voltou a vencer o Campeonato Brasileiro após 22 anos de jejum. Na campanha, a equipe alviverde contou com nomes badalados que foram fundamentais para a conquista, como Dudu, Gabriel Jesus e Yerri Mina. No entanto, o título também teve participação de coadjuvantes que tiveram papel imprescindível ao longo do ano.

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Um destes é o atacante Erik, atualmente com 28 anos. Contratado por R$ 13 milhões após se destacar pelo Goiás, o atleta participou ativamente de momentos importantes do eneacampeonato nacional. Em conversa com o NOSSO PALESTRA, o jogador relembrou sua chegada ao Verdão.

– Cheguei com 21 anos. Um investimento muito bom do clube, até porque eu vinha de um destaque muito importante para a minha carreira no Goiás, clube no qual me formei, foi muito especial. Fiquei 11 anos, fui formado como homem, como atleta. Isso era muito importante e eu sabia da importância que era vestir a camisa do Palmeiras, até porque, quando eu sentei na mesa, o Alexandre Mattos e o Paulo Nobre deixaram claro que o Palmeiras seria, nos próximos dez anos, uma grande potência no Brasil, por toda a organização e planejamento que o clube vem fazendo. E eu tinha certeza de que, naquele ano (2016), a gente ia conquistar alguma coisa muito especial. Eu realizei um grande sonho.

Campeonato Brasileiro 2016

Apesar de jovem, Erik foi uma contratação grande do Palmeiras para 2016. O atacante vinha de boas temporadas no Goiás e, em 2014, venceu o prêmio de revelação do Brasileirão. Com isso, ele passou a integrar o elenco comandado, incialmente, por Marcelo de Oliveira e, mais tarde, por Cuca.

Ao longo do Campeonato Brasileiro, o jogador encontrou dificuldades para se firmar na equipe. No entanto, era utilizado em partidas importantes e foi o responsável pelo gol que garantiu a vitória do Verdão no Beira-Rio, diante do Internacional, por 1 a 0 – algo que não acontecia em 19 anos. Com isso, o atleta revelou ao NP que lembra com carinho da campanha palestrina no torneio nacional.

– É algo que vou lembrar para sempre. A medalha, troféu, camisa do dia. Estarão sempre guardados, expostos, para quando os amigos forem na minha casa. Foi um momento muito especial da minha carreira. Sem dúvida um dos títulos mais importantes, depois de 22 anos (desde o último Brasileirão do Palmeiras). Foi mágico, muito mágico. Esse tabu contra o Inter foi um trabalho excepcional que fizemos em grupo. Um conjunto, um coletivo muito forte. Quando isso acontece, pode saber que no futuro o clube vai viver grandes coisas. O Palmeiras se preparou para o que está vivendo hoje, em 2022, e isso foi plantado há muitos anos. É muito importante ver que esse processo só evoluiu e se profissionalizou.

– Naquele ano eu aprendi muito, cresci muito como atleta. Foi um ano de um título que o clube não conquistava há muitos anos, quebramos vários tabus também. Foi mágico, aquela chegada, aquele ano. Foi excepcional.

(Foto: Divulgação/Palmeiras)

Saída do Palmeiras

Após o título, porém, Erik perdeu espaço no Maior Campeão Nacional. Para 2017, o clube fez grandes contratações, como Miguel Borja, Keno e Willian, que, no entanto, não garantiram bons resultados em campo. Isso fez com que o atacante tivesse cada vez menos minutos em campo e, por isso, optasse por deixar o Verdão.

Ao sair do Palmeiras, o jogador passou por Atlético-MG e Botafogo antes de sair do Brasil, por empréstimo, ao Yokohama Marinos. Na Ásia, o atleta teve um bom desempenho e foi campeão nacional, atraindo os olhares de outros clubes do continente e recebendo uma boa proposta do Changchun Yatai, da China, seu clube atual.

– Fez grandes contratações, mas infelizmente as coisas não aconteceram como a gente queria. Mesmo assim, a gente terminou em segundo no Campeonato Brasileiro. Sem sombra de dúvidas é um campeonato muito difícil, mas a expectativa foi sendo criada. O clube se acostumou com grandes títulos. Copa do Brasil, Brasileiro, mas é óbvio que as coisas não vão acontecer sempre como a gente quer. Eu optei por sair naquele ano, fiz o pedido porque tinha o desejo de ter mais minutos. Foi no final do ano que fiz o pedido, tinha algumas propostas, e fiz uma escolha maravilhosa, que foi ter ido ao Atlético-MG. Joguei mais de 25 jogos em seis meses. Infelizmente, não consegui render como eu queria, mas depois encontrei minha felicidade, quando fui ao Botafogo. Eu precisava passar por esse processo de amadurecimento. Mesmo sem jogar tanto em 2017, fico muito grato pelo o que eu vivi. O atleta tem sempre de tirar algo bom, principalmente quando não está em uma fase boa.

(Foto: SE Palmeiras/Divulgação)

– O clube recebeu a proposta de empréstimo ao Japão e seria algo muito bom para a minha carreira. Uma cultura extremamente diferente, e foi uma das melhores escolhas que fiz da minha vida. Foi onde minha filha nasceu, onde o clube conquistou a J League, que é o campeonato mais importante do Japão. A gente deu uma arrancada incrível. Ser protagonista nesse título foi especial, porque você crava seu nome na história do clube. Eu com certeza ficaria muitos mais anos no Japão, propostas maravilhosas para continuar, mas surgiu a proposta da China, que era muito boa para o Palmeiras, que recuperaria todo o investimento. Para o Goiás, que tinha 40%, também foi uma venda maravilhosa. Eu saí pelas portas da frente. Quando você recebe uma proposta de um clube grande como o Palmeiras, você tem de dar retorno. O retorno não foi só com o caráter, como pessoa que sempre procurei respeitar, nunca tive problemas, até porque é um clube muito especial. (A cultura japonesa) é uma cultura incrível, na qual a educação, o respeito, a segurança, o futebol é diferente, mas é incrível. A valorização é totalmente diferente. No Brasil, você faz uma partida ruim, você não presta. Aqui não. Você tem o respeito do torcedor. Eles acreditam que você pode render no futuro. Isso te dá muita confiança para seguir trabalhando.

Apesar da saída, Erik ainda mantém contato com ex-companheiros de clube, como Raphael Veiga, com quem jogou em 2017. Membros da diretoria também foram relembrados pelo atleta.

– Tenho contato sim. Sempre falo com o Veiga, mando mensagens para ele. O próprio Anderson Barros, trabalhamos juntos no Botafogo, e o Cícero também. São pessoas especiais de dentro do clube que a gente tem um carinho. O Dudu, que retornou, também. Eu fico feliz em ver o clube crescendo mais, evoluindo mais. Sempre fico na torcida. E quem sabe um dia voltar ao Brasil, mesmo que seja para enfrentar o Palmeiras, viver algo diferente. Vou sempre respeitar e sempre que estiver em São Paulo vou visitar o clube, porque tenho um respeito gigante pela Sociedade Esportiva Palmeiras.

(Foto: Divulgação/Palmeiras)

Mensagem ao torcedor

Por fim, Erik enviou uma mensagem ao palmeirense. O atleta reiterou o respeito e admiração que tem pela torcida do Maior Campeão Nacional e revelou que poderia ter retornado ao clube em 2018, mas o seu desejo foi permanecer no Botafogo.

– Aquele mesmo Erik que vestiu a camisa tem um carinho e um respeito por vocês. Desejo sempre muitos títulos, que foi o que falei no dia que eu pedi para sair, para ser emprestado, porque eu precisava de minutagem, de uma sequência. Eu queria recuperar minha alegria, meu futebol. Falei que vocês conquistariam muitas coisas. E quando o Felipão pediu o meu retorno, eu estava muito bem no Botafogo, quando vocês foram campeões em 2018, indiretamente a gente conseguiu ganhar de times que estavam brigando pelo título. O Palmeiras pediu meu retorno, mas o meu desejo era continuar no Botafogo. Eu queria ver o time conquistando títulos, conquistando vitórias, eu tinha certeza de que isso ia acontecer. Falei isso e realmente aconteceu. O atleta tem de ter essa consciência, precisa respeitar o clube, mesmo que ele não esteja mais lá. Um abraço a todos e Avanti, Palestra.

Erik tem 28 anos e, atualmente, joga no Changchun Yatai, da China. Pelo Palmeiras, o atacante atuou entre 2016 e 2017, sendo campeão brasileiro e anotando o gol da vitória diante do Internacional, no Beira-Rio.

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