Especial BR-72 – Empacando: Palmeiras 2 x 2 Cruzeiro

Brandão voltou do giro pelo Nordeste na quinta-feira, com duas vitórias sobre Náutico e CRB e o pedido de demissão pela “indisciplina” dos atletas que não se apresentaram na hora certa para o almoço no Recife. O grupo estava também triste pela reação do paizão. Não poucos não davam bola se ele cumprisse o que prometera: se demitir do clube campeão invicto paulista de 1972 um mês antes.

Chegando em São Paulo, o treinador disse que queria conversar com elenco e direção para aparar arestas e, então, definir sua situação. Jogadores não gostaram do discurso do treinador. Achavam que ele tinha sido severo demais ao querer deixar o clube pelo atraso na reapresentação no dia de folga. Justo ele que cobrava muito, mas sempre os defendia. E tinha ótima relação com eles.

Brandão se reuniu com os cartolas palmeirenses na sexta-feira, na casa do diretor Nicola Racciopi. Em uma hora e meia de papo decidiu ficar até o final do ano. O contrato se encerraria no final de novembro.

Crise fora de campo debelada, faltava o time errar menos dentro. Eram 8 partidas invictas desde a estreia com derrota contra o Coritiba. Marca ótima e “normal” para o campeão paulista um mês antes sem ter perdido jogo. Mas também eram muitos empates no BR-72. O deste jogo com inegável sabor amargo depois de abrir dois gols contra o ótimo Cruzeiro. Time que seria finalista nos próximos três Brasileiros. Empate que pela pressão mineira na segunda etapa até poderia ter sido pior.

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Brandão teve a ótima notícia do retorno de Dudu ao meio-campo, para fazer a histórica tabelinha que chegava ao oitavo ano com Ademir da Guia. Recuperado da fratura das costelas, o camisa 5 voltava ao lugar que fora bem representado por Zé Carlos. Mas contra o time mineiro, duas ausências sensíveis prejudicaram a equipe. Eurico foi substituído pelo versátil João Carlos na lateral-direita. Recuperado de lesão, Fedato retornava ao comando do ataque, com Ronaldo retomando o lugar de Edu.

O problema era a ausência do artilheiro e craque Leivinha, que vinha substituindo bem o suspenso César Maluco (que enfim assinara a renovação de contrato por 19 meses). Sem a melhor opção técnica e de cabeceio na frente, o Palmeiras perdia força contra o ótimo adversário. O treinador Hilton Chaves fechou bem o meio com os excelentes volantes Piazza e Zé Carlos. Sem a dinâmica e talento de Leivinha, o Palmeiras perdeu agilidade.

O jogo era amarrado até João Carlos ir ao fundo depois de inversão de bola de Zeca, driblar de cabeça o marcador e bater a gol, encontrando Fedato, que marcou de carrinho, de barriga, de algum jeito, aos 38. Mais três minutos e Madurga ampliou, depois de escanteio de Nei, e saída ruim do goleiro Hélio.

2 a 0 era muito para um jogo mais marcado do que jogado. O Cruzeiro resolveu jogar com a entrada de Roberto Batata na ponta, e o recuo de Palhinha. Lima diminuiu aos 6, em bela jogada de todo o ataque mineiro, e Batata empatou aos 8, de bico, da entrada da área, depois de bela tabela com Palhinha.

Pela correria da segunda etapa, até que o empate não foi mau resultado. Mas a equipe não empolgava.

https://youtu.be/88oME-xNagQ

PALMEIRAS 2 X 2 CRUZEIRO
Campeonato Brasileiro/Primeira Fase
Domingo, 8/outubro (tarde)
Pacaembu
Juiz: José Marçal Filho (RJ)
Renda: Cr$ 211 584
Público: 29 809
PALMEIRAS: Leão; João Carlos, Luís Pereira, Alfredo e Zeca; Dudu e Ademir da Guia; Ronaldo, Madurga, Fedato e Nei
Técnico: Oswaldo Brandão
Gols: Fedato 38 e Madurga 41 do 1º; Lima 6 e Roberto Batata 8 do 2º