Esquema polêmica

Chico Lang é um dos maiores responsáveis (irresponsável?) por eu ser jornalista esportivo há 27 anos. Foi ele quem pediu como um dos chefes de redação da “Folha da Tarde” (desde 1999 “Agora S.Paulo”) para que eu escrevesse em 19 de janeiro de 1990 um texto a respeito dos 7 anos da morte de Garrincha. Eu era repórter de política e colunista de música no jornal. Mas falava sempre de futebol. Nunca havia escrito a respeito.

O texto ficou legal. Em seis meses substituí o próprio Chico Lang como colunista do jornal (ele foi pra “A Gazeta Esportiva”). Quase dois anos depois virei comentarista de rádio e TV. Aqui estamos. Chicão, também. Quase voltamos a trabalhar juntos recentemente. O que seria uma delícia. Gosto demais dele. Como colega, chefe, amigo e jornalista.

Discordo de muitos comentários dele. Algumas posturas. Como o Mauro Beting palmeirense discorda do Mauro Beting jornalista. Mas gosto demais dele. E ainda mais da liberdade de podermos nos expressar como e quando quisermos. Nós e cada vê mais o público. Somos todos iguais. De 1992 até alguns anos atrás, algumas vezes a torcida no Palestra gritava mais “Chico Lang… Vi..” que Palmeiras. No final do jogo, eu cronometrava: oito minutos depois do apito final, o coro ficava mais forte na frente das cabines de imprensa. Era o tempo que levava a Mancha para chegar perto dali e mandar bala e brasa.

Chicão agora extrapolou. Tempos de intolerância. Disse que teve “Esquema Crefisa” no pênalti que deveria ser marcado em Jô, na derrota corintiana contra o Botafogo. Disse que isso lembra o “Esquema Parmalat” que, nos anos 1990, você lembra, refez o Palmeiras vencedor a partir de 12 de junho quando 1993, quando a arbitragem de fato foi mal: demorou para expulsar Henrique, tinha que ter expulsado Edmundo, não deveria ter expulsado Tonhão, e não poderia ter anulado o quinto gol de Edmundo na prorrogação, depois de quatro gols legais do Palmeiras.

Quanto a ele reclamar com “pepas”, “palmeirenses nutellas”, e outras reclamações dele e termos usados pelo Chico, faz parte das redes antissociais. Com exageros de todos os lados. Bloqueios mentais e de pessoas que cada um responde. Ou não.

Chico não precisava insinuar o que insinuou e não tem prova. Não precisava muita gente o detonar – e ser criticado até por muitos corintianos nas próprias redes do Chico.

Enfim, o que é preciso é ser mais preciso.