Este título foi desarmado pelo Thiago Santos

Arte: Daniel Resende/ Nosso Palestra

Cá estamos nós dia após dia, comentando sobre as benfeitorias de Luis Felipe Scolari e sua comissão. Sobre os nomes que foram recuperando seu bom futebol, seu bom convívio, seu bom desempenho como equipe. Os nomes não deveriam, mas ainda importam. Roubam holofotes, atenção, merecimento, jusitça. A falta dele, outras tantas, disfarçam qualidades, amoitam grandes momentos, fazia ordinário as façanhas que são extra.

Não, isso aqui não se trata de Felipe Melo. Ele tem feito ótimos jogos, merece o crédito e não merece ser alvejado. É intenso como todos nós.

Trata-se exclusivamente de Thiago, o Santos.

Sobrenome mais nome do Brasil e do futebol, herança de Djalma, o nosso Santos é a raiz do clube. Um operário em busca de espaço. É um que briga pelo que os seus precisam e pouco se importa qual a janela de visão que o mundo terá sobre a sua ação. É desse que desarma qualquer intenção descabida de desqualificar seu estilo. Desarma o dedo apontado para sua tal ruindade.

Ruim é o olhar. O maldizer.

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(Foto: Marcelo Brandão/ Click Parmera)

Thiago nem de perto foi como Sampaio, mas é tão leal ao trabalho quanto qualquer outro que as bençãos da qualidade resolveram abraçar. Ele não vibra, não se manifesta, não dá entrevistas ou tem reações italianescas e não faz porque não da sua índole. Não é certo, não é errado, é Thiago. O Palmeiras tem lugar pra todo mundo. Todas as versões.

O Nosso Palestra tem as luzes e pode apontar para quem as merece no momento certo. E antes do próximo bote, temos de mirá-la ao camisa 5 que, hoje, faz um pouco de tudo e tudo de monte. Passa curto, mas passa. Arrisca do meio de campo, erra, mas tenta. Desarma até o pensamento do rival. Na falta, na marra, na força, se preciso for. Na técnica de quem faz isso dez vezes na casa do vice líder nacional.

Essa técnica que insiste-se em não querer ver.

Estamos todos vendo, Thiago. E aplaudindo que um Campeão Brasileiro soube evoluir, soube constuir uma versão melhor de si. Soube aprender o que o rival de posição tem de melhor, soube manter suas virtudes.

Ser a humildade de quem se faz 10 para ajudar os outros. Sacrifício é coisa dele. Pelo bem inequívoco do time. Da vitória.

A sorte do Palmeiras é grande por ter caras como Thiago. Caras que Felipão se apaixona na primeira vista, ou melhor no primeiro desarme. Pra ganhar a América é preciso de Alexes, Paulos Nunes, Dudus e Borjas. Mas também é preciso ter Galeanos e Thiago Santos.