Falta de pontaria ou de criatividade? Trio de ataque palmeirense vive má fase após parada

(Foto: Cesar Greco / Divulgação / SE Palmeiras)

O trio de ataque palmeirense, composto por Willian Bigode, Rony e Luiz Adriano, não vive uma boa fase desde o retorno da equipe após a paralisação futebolística de quatro meses causada pela pandemia de Covid-19. Desses três jogadores, só Luiz balançou as redes pós-parada, e apenas uma vez.

A SITUAÇÃO DE CADA UM:

Willian Bigode: acumula 7 jogos sem gols. Seu último tento foi contra a Ferroviária, no Allianz Parque, em 07/03/2020. O jogo, válido pela nona rodada da primeira fase do Paulista, acabou empatado por 1×1.

Luiz Adriano: está há 3 jogos sem balançar as redes. A última vez que marcou foi contra o Água Santa, de pênalti. Seu gol selou vitória alviverde por 2×1, válida pela 12ª rodada da primeira fase do estadual, no Allianz Parque, em 26/07/2020.

Rony: Presença constante em campo desde que chegou, Rony é o único do trio que ainda não fez gol pelo Palmeiras. O ponta tem 10 jogos pelo clube, sendo que 9 deles foram como titular.

PROBLEMA COLETIVO OU DO SETOR OFENSIVO?

Desde a volta aos gramados, a equipe comandada por Luxemburgo balançou as redes duas vezes contra o Água Santa (gols de Ramires e Luiz Adriano), duas vezes contra o Santo André (Felipe Melo e Marcos Rocha) e uma vez contra a Ponte Preta (Patrick de Paula). Respectivamente, foram gols marcados por: um meio-campista, um atacante, um zagueiro, um lateral e um volante.

Essa variedade de jogadores, de posições diferentes, que fizeram gols pelo Verdão pode ser interpretada de muitas formas. Por um lado, é bom ver uma equipe que não depende do seu ataque para alterar o placar: isso mostra versatilidade dos atletas dos outros setores do campo e um coletivo que pode estar funcionando bem.

Por outro lado, ter um setor ofensivo pouco goleador evidencia a ineficiência de um trio cuja principal função é fazer gols e participar de jogadas de ataque. Mas essa ineficiência nem sempre é cupla exclusivamente deles: isso pode também ser um problema coletivo. Um estilo de jogo defensivo ou uma equipe com déficit na criação de jogadas pode atrapalhar demais a vida dos atacantes.

Abaixo há o exemplo de um lance contra o Água Santa que é bem sintomático das dificuldades de criação que o time de Luxemburgo sofre: o Ramires tinha a bola, mas não havia nenhum companheiro dando opção à sua frente. Os únicos palmeirenses livres naquele momento eram Felipe Melo e Marcos Rocha, que estavam ou na linha da bola, ou atrás dela. Todos os outros atletas estavam marcados. Sem a construção de uma jogada, é difícil a bola chegar em condições de o atacante arrematar.

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Foto: Reprodução / TV Globo

Também há erros na tomada de decisão e falta de pontaria. Nessa mesma partida, em uma das raras chances claras criadas pelo Verdão, Willian ficou na cara do gol após belo passe de Gabriel Menino, mas tentou driblar o goleiro e perdeu a bola. No rebote, Rony chutou em cima do goleiro e matou de vez a jogada.

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Foto: Reprodução / TV Globo

Isso tudo é resumido por um dado alarmante: em cinco jogos contra equipes de Série A em 2020 (versus Corinthians 2x, São Paulo, Santos e Red Bull Bragantino), o Palmeiras fez apenas um gol (contra a equipe de Bragança), perdeu três partidas e empatou outras duas. Ao mesmo tempo em que o ataque tem suas parcelas de culpa, isso não tem como ser problema de apenas um setor. É uma dificuldade estrutural.

Agora, se quiser ser campeão paulista sem disputar pênaltis no próximo sábado (8), o Alviverde precisa vencer o Corinthians no tempo normal. Para isso, Luxa precisará encontrar uma solução rapidamente para seus atacantes, ou continuará dependendo de outros jogadores para balançar as redes.