O Palmeiras vai a campo às 17h (de Brasília) deste sábado (27) para enfrentar o Flamengo pela final da Libertadores, em busca do tricampeonato da Copa. O dia, por si só, já será especial para qualquer palmeirense, porém, para Marina Sorgi Botelho, será ainda mais. Isso porque a torcedora irá se casar no mesmo horário da decisão. Em contato com o NOSSO PALESTRA, seu pai, Cássio Botelho, contou a história do matrimônio.
Marina nasceu em uma família dividida pela rivalidade dos times. Do lado paterno, alviverdes fanáticos, enquanto do lado materno, todos corintianos. Não bastasse essa disputa, saiu do ventre de sua mãe pelas mãos de Raimundo Vieira, irmão de Raí, ídolo do São Paulo, que brilhava à época. O jogador chegou a presentear a garota com um quadro para tentar convencê-la a pular o muro.
Para completar os quatros grandes do estado, ela também foi tietada por Renato e Elano, jogadores do Santos, que a convidaram para entrar com eles no gramado em partidas do clube da Baixada. Mesmo com toda pressão, Marina manteve-se apegada às cores verde e branco do Maior Campeão Nacional.
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– Confesso que usei um pouco de chantagem, mesmo sob protesto da mãe, Susi Sorgi. Como publicitário, na época atendia Sandy e Júnior, e falava que não a levaria para os shows e para o camarim se não virasse palmeirense. Isso foi de grande valia – brinca Cássio.
Todo o esforço do pai deu resultado. Como no cântico palestrino “Todo amor que sinto por ti eu vou passar para o meu filho”, a relação de Cássio com o Palmeiras foi assumida também por Marina. A paixão da palmeirense transborda as barreiras de qualquer sentimento, mas não resiste ao amor.
Além do antagonismo da parte materna da família, Marina também apaixonou-se por um corintiano. Bruno Menuzzo, prestes a se tornar marido da palestrina, torce pelo rival e também é aficionado por futebol. Tamanha a rivalidade que eles não dividem o mesmo ambiente em dia de jogo do Verdão.
Não poderia haver exceção mais nobre que um casamento entre os dois. Marcado inicialmente para novembro de 2020, o casório teve de ser adiado em função da pandemia e caiu justo na data da final da Libertadores. Antes fosse só o dia, dado que a cerimônia acontecerá justo durante a primeira metade do duelo entre Palmeiras e Flamengo.
– Começou a dar um desespero. Mesmo os corintianos, os antis, precisam assistir ao jogo. O que fazer? Minha filha ainda soltou uma pérolas… Falou para o noivo chegar lá, com três bilhetinhos dizendo “Sim, sim, sim”, ler para o padre e ir embora. Pensamos em colocar um telão, mas era exatamente no horário da cerimonia – explicou o pai.
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Ironia do destino ou sinal dos tempos, pensou a família a respeito da coincidência. O nome do lugar reservado para a ocasião, no entanto, devolveu certa esperança: Alto das Palmeiras. Superstições à parte, é simbólico que uma palmeirense consagre a união de seu amor em um local que eleve seu time, sua outra paixão.
Sem conseguir achar outras alternativas, ficou decidido que o casamento acontecerá como o planejado, o que significa que Marina e seu pai não poderão assistir ao primeiro tempo da decisão. Ainda assim, pretendem acompanhar a etapa final em meio à festa, torcendo pelo melhor desfecho possível.
– É aguentar essa amargura, entrar tremendo por muitas causas e deixar o jogo gravando. Também sentir o clima da galera que estará disfarçada com um celular na mão, enquanto nós estaremos no altar. Depois poderemos acompanhar o jogo durante a festa, com aquela sensação de alegria ou tristeza, certo ou errado. Que a Glória Eterna nos abençoe no dia 27! – desejou Cássio.
Mesmo sem poder assistir à final da Libertadores por completo, Marina, Cássio e os demais palmeirenses presentes estarão com a alma e o coração alviverde em Montevidéu. Direto do Alto das Palmeiras, eles viverão um e talvez dois dos momentos mais felizes de suas vidas.
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