Futebol não é Banco Imobiliário, e time grande tem valor, não preço

Futebol não é Banco Imobiliário. Também é um jogo, tem casinhas para avançar e retroceder, tem revés, dados, sorte, azar, estratégia, blablablá. Mas é futebol. Muito mais que banco e que qualquer outro jogo.

Dizer que um time vai se classificar só porque é mais rico é de uma pobreza sem crédito. Desculpar-se a todo momento que perdeu só para o clube que mais investiu é minimizar defeitos próprios e mimimizar acertos alheios. Analisar balanços dos clubes para palpitar resultados não funciona nem em bolão da Bolsa. O Santos não pode reclamar reiteradas vezes que perdeu nos pênaltis para o Palmeiras por conta dos investimentos do vencedor depois de ter vencido na fase anterior o Botafogo de Ribeirão Preto nos mesmos pênaltis – e sem as mesmas reclamações do derrotado com ainda menos dinheiro.

O Palmeiras está mais rico do que o Santos. E o debate será paupérrimo se analisarmos receitas, despesas, investimentos, carências e apenas isso. O valor do clássico Palmeiras x Santos é muito superior aos preços pagos. É mais valioso do que o futebol visto em 180 minutos. E valeu muito mais do que o oba-oba desmedido da mídia papagaiando favoritismo periquito que não durou nem 90 minutos. Papo furado que agora vai exigir e obrigar o Palmeiras a ser campeão estadual em 2018.

Ninguém é obrigado a ser campeão de nada. Mas o Palmeiras, como o Santos, como qualquer grande, precisa sempre pensar enorme.

Ou maior do que o pensamento tacanho que vai cobrar do Palmeiras o que não cobram de muitos outros clubes. Mesmo favorito e com a melhor campanha, o Palmeiras não é obrigado a ser nada além de ser Palmeiras. Basta. (Sempre lembrando que, no duelo da foto, o Santos pagou mais caro pelo retorno de Gabriel em 2018 do que o Palmeiras pelo reserva do Ceará, em 2014. Eu quero os dois no meu time. Desde que sejam respeitados e não cobrados além da conta pelos investimentos)