Imagens revelam conversa irregular entre membro da comissão de arbitragem e árbitros

Dionísio Roberto Domingos, presidente da Comissão de Arbitragem da Federação Paulista de Futebol, aparece em vídeo veiculado pela TV Palmeiras nesta terça-feira, conversando rapidamente com o bandeirinha Anderson Coelho, logo depois da marcação do polêmico pênalti de Ralf em Dudu, assinalado por Marcelo Aparecido (que depois voltou atrás na decisão, após conversar com o quarto árbitro Adriano Miranda, alertado pelo quinto árbitro, Alberto Masseira). Procedimento todo equivocado, como o próprio árbitro admitiu em entrevista para mim no MAIS90, programa do ESPORTE INTERATIVO apresentado por Alex Muller.

A presença do presidente da Comissão de Arbitragem no gramado é irregular.

A conversa dele com membro do quinteto que trabalhou na decisão, ainda mais proibida.

Não se sabe o que foi falado. As imagens do circuito de segurança do Allianz Parque não são nítidas. Mas o presidente da Comissão de Arbitragem nada poderia falar. E nem estar em campo, logo depois do lance. Ou o tempo suficiente para o replay da Rede Globo analisar o lance, com a opinião do comentarista de arbitragem Paulo César de Oliveira.

O quinto árbitro também poderia ter se aproximado antes do quarto árbitro, ao observar a confusão entre os 22 atletas, e o banco de reservas do Corinthians. O bandeirinha poderia ter cuidado do banco do Palmeiras. Não precisaria o quinto elemento permanecer entre o assistente e os atletas do Verdão. E ainda próximo do delegado da partida Agnaldo Vieira, e do presidente da comissão de arbitragem.

Qualquer ilação além disso é precipitada. Mas fica claro que o presidente da arbitragem estava em local indevido e foi ainda mais precipitado e irresponsável ao conversar ilegalmente com alguém que estava trabalhando no jogo.

Não há provas concretas da interferência externa. Mas é provável que possa ter acontecido. A guarda foi aberta por quem deveria zelar pela independência da arbitragem.

O Palmeiras pode e deve denunciar o caso ao Tribunal de Justiça Desportiva.

O que acontecerá, também já se sabe: nada. Ainda mais com a FPF assinando embaixo a decisão da arbitragem, em nota oficial publicada 2h30 após a decisão por pênaltis.

Uma punição ao presidente da comissão poderá ser feita pelo TJD.

E mais nada. Pelo modo como as coisas são jogadas para baixo do tapetão.

Mas o Palmeiras pode e deve bater o pé no TJD. Sem perder o foco na Libertadores e Brasileiro.

Apenas em nome da isonomia, lisura e credibilidade do Paulistão.

Não é nada contra o rival. É tudo a favor do futebol.

O Palmeiras não quer ser campeão no tapetão. Quer que o que é errado não seja jogado para debaixo do tapete sem ser julgado.