JG Falcade: ‘Hendeca do céu’

"Um beijo, Sêo Joelmir. O céu festeja por tê-lo pela décima vez e nós temos o Brasil pela décima primeira"

Faz dez anos que lá é ainda mais agradável do que aqui. Faz dez anos que lá tem mais carinho, mais doçura, mais respeito, mais notícia, mais jornalismo e mais Palmeiras do que aqui. Faz dez anos que o céu celebra a chegada de Joelmir, o maior de nós. Jornalistas, pois palmeirenses.

Antes de partir daqui, eu conheci seu filho, que me fez ser jornalista, por ser fã do que faziam – lindo como amavam um clube e faziam jornalismo por amor. Tentei seguir alguns desses passos. Anos depois, chamei atenção do mais novo, que me abriu caminho para que pudesse trabalhar com ele.

A primeira vez que o vi, foi na inauguração da sala de imprensa do Allianz Parque, cujo nome é Joelmir Beting. Talvez tenha sido aquela a vez que vi faltar a Mauro algumas palavras, logo ele, que nunca teve dificuldade em tê-las na ponta da língua ou do lápis. Emocionado, só sorriu pra foto. Eu cliquei o botão do celular, mas até hoje acho tive ajuda lá de cima naquele momento.

Mauro Beting posa ao lado da foto de Joelmir Beting (Foto: Arquivo Pessoal)

Dez anos desde sua partida. Hoje, toco em frente o projeto criado pelo filho, que só leva adiante o legado do pai. Percebo que torcer e reportar não é uma coisa simples. Ser honesto e não distorcer é hercúleo. O coração grita no ouvido, o cérebro combate, mas a Sociedade Esportiva Palmeiras é grande demais para evitar que lágrimas escapem com o fim do jogo em Montevideo, né, Mauro?

“Babo, um beijo”, você disse. Eu não conheci Sêo Joelmir, mas fui criado por ele e Boechat trocando farpas elegantes no Jornal da Band. Fui incentivado por ele a tocar essa jornada de não esconder o time do peito enquanto reporto o esporte que mais mexe com o coração. Falamos diretamente para nossos torcedores, nos dias bons e ruins.

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Eu não te mandei um beijo nas grandes conquistas que vivemos nesta década. Hoje, tri da América, Hendeca do Brasil, tetra da Copa, nem-sei-quantas-vezes Paulista, dono da Recopa, eu posso te contar que a gente ainda ocupa, com muito amor, o espaço que você criou pra nós.

Jornalismo e Palmeiras podem conviver, sem importar o que eles digam. Mesmo que essa imprensa de gambá filha da puta siga murmurando, mesmo que você esteja deste outro lado.

Um beijo, Sêo Joelmir. O céu festeja por tê-lo pela décima vez e nós temos o Brasil pela décima primeira.

Viva o Palmeiras!

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