JG Falcade: ‘O nosso plano’

Aprendemos que é preciso ter cabeça fria e coração quente, que todos somos um e ensinamos que somos o time da virada e o time do amor

Aqui, já estava dois a zero. Minutos mais cedo, quilômetros de torcida, cantoria e muita, muita fé faziam o primeiro. A missão era remontar um resultado grande, de adversário que caminhou pelo lado errado. Nunca se pede ‘mais um’ durante uma final.

Nunca, em hipótese alguma, sob nenhuma circunstância, deve-se duvidar da Sociedade Esportiva Palmeiras e posso listar aqui alguns primos motivos para comprovar minha tese nada imparcial.

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O Palmeiras nasceu resistindo. Perdeu o nome, mas nunca a essência. Pelo contrário, fez da luta o seu mantra. Aqui, não se comemora, mas desabafa, se catequiza. O torcedor, ainda jovem, entende que sempre seremos nós contra muita coisa além do futebol.

E Abel é a personificação desse sentimento. Ele fecha nos seus, concentra seus esforços em mobilizar, em elaborar planos táticos, técnicos e emocionais, mas hoje foi diferente. Nós tínhamos um plano que nem ele poderia prever.

Na parte que lhe coube, o portuga foi impecável. Mas ele não imaginou que estaríamos espalhados pelas ruas de São Paulo para levar ele e nossos jogadores até o palco. No prélio em que a luta os aquardava.

Quando ele subiu ao gramado, sua imagem estava estampada num mosaico gigante. Como a dos jogadores. Na posição de heróis. Ouvindo um apoio incondicional que ignorava qualquer prognóstico. Éramos nós e a fé que poderíamos conduzir a história.

Abel não conhecia uma de nossas músicas preferidas, que diz: ‘O Palmeiras é o time da virada, o Palmeiras é o time do amor’. Logo ele, que nos conhece tão bem. É porque sua história ainda não conhecia derrotas momentâneas. Nós, sim, e muito bem. E exatamente como reverter.

Em 93, nós ganhamos o Paulistão. Em 2015, nós superamos o Santos da mesma forma. Dessa vez, tínhamos uma parte do estádio às cegas, mas a plenos pulmões. Nem era preciso ver pra crer, era preciso crer para acontecer.

As lágrimas dele no apito final de Raphael Claus explicam o batismo pelo qual passou. Com o brilho de Veiga, que nasceu para decidir, de Dudu, que nasceu pra ser o maior sete da história da SEP, de cada um deles, da quarta Academia, a mais concentrada que já existiu. E nem é sobre um estadual. É sobre vencer sob qualquer circunstância.

Tínhamos, dessa vez nós, um plano para ajudar Abel.

Juntos, somos mais fortes. Aprendemos que é preciso ter cabeça fria e coração quente, que todos somos um e ensinamos que somos o time da virada e o time do amor.

Porque acreditar é sempre nossa única opção.

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