João Falcade | A resistência mental de um elenco que faz odiados serem protagonistas

Eu sou favorável à crítica, mas não gosto do achincalhamento

A resistência mental..

O Palmeiras tem um elenco de renegados, em sua maioria. Veiga era jogador de Playstation, Gómez era um fracassado na Europa, Marcos Rocha era um idoso e Weverton era desnecessário. Gabriel Menino tinha acabado pro futebol, Zé Rafael tinha arranque de balsa, Dudu era birrento e mimado, Rony era o pior centroavante do mundo e Tabata é Tabagre.

O Richard Rios é o volante que foram buscar? Um jogador de Série B? Meu Deus, o Palmeiras vai contratar um cara do Guarani, mesmo? Cês conseguem perceber o padrão? Quase ninguém chega ao clube com uma recepção amistosa. Primeiro a pedra, depois, quem sabe, um pouquinho de confiança. Os Bastardos Inglórios do Palestra carregam esse histórico – cada um à sua própria maneira.

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Eu sou favorável à crítica, mas não gosto do achincalhamento. Acho improdutivo que alguém seja nocauteado de véspera. Mas, vejam: no Cinema, na arte, isso funciona, e no Palmeiras, muito por conta de Abel, também. Sempre o menos provável é quem resolve a parada. Ontem, foi Tabata, que ouviu de tudo – inclusive de mim – e meteu gol. Trata-se de um grupo extremamente resistente ao externo, ao que falamos ao vento.

Talvez seja esse o elenco mais forte mentalmente que a Sociedade Esportiva já fez ser Palmeiras. Eles são muito resistentes e focados na missão de entregar um bom trabalho. Nada que seja hercúleo, mas muito digno. Não é o caso, nem nunca será, de pautar o torcedor, nem mesmo de calar as justas críticas, mas ser levemente mais complacente com a realidade. Você pode discordar do método, mas o resultado tá sempre lá – e só ele importa decisivamente.

Aprendi que é preciso ter resiliência pra viver, a mesma que eles tem pra jogar. A que Tabata teve para sair do UFC virtual para o autor de gol em eliminatória. Eu tenho muito orgulho em torcer pra essa galera, pra esses jogadores, para todos que lá estão. Amo alguns, não sou fã de outros, mas respeito e agradeço demais pelo que me deram como torcedor. E que sigam proporcionando noites de Copa, de festa e diversão.

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