João Sundfeld: 'Oportunidade de nossas vidas'

Dois Mundiais em dois anos. Duas Libertadores em um só. Para quem viu rebaixamento (muito até dois), quase queda, derrotas e mais derrotas. Vexames e goleadas. Um título na mão para ficar longe do continente. Um continente na mão para ficar distante dos rivais. 

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Do topo da América para o mundo. O objetivo é um só. Assim como nós. A fé inabalável e a tensão interminável. Não há quem durma no dia 7 – por jet lag ou desespero. Não há quem acorde dia 9 – por alívio ou solidão. 

Uma só é também a verdade. Pura e simples. Existente para quem vê e para quem opta por ignorar por raiva, rancor ou inveja. 

O continente já é nosso. O mundo podemos sonhar. 

Aquela América que tão distante parecia. Que tanto nos fez sofrer e xingar. O corno do atacante que perdeu um gol. O filho da puta do árbitro que não marcou um pênalti. Ou o frangueiro do goleiro que aceitou todo e qualquer chute. 

O Mundo idem. Passou pelas mãos perdidas de Marcos que até hoje não sabe o que aconteceu. Pelo empurrão desnecessário de Luan que tanto sofreu por um erro. 

Nas defesas de Weverton que torcemos para o time não precisar. Nos lançamentos de Danilo que são uma arma que deu certo num 30 de janeiro qualquer. Nos dribles de Dudu que sentimos falta e podemos rever. Nas infiltrações de Veiga que tanto parece o centroavante que queremos e precisamos. 

Não há porque temer. O passado ficou – e, sinceramente, não poderia ser mais emocionante. Sem vírgula para tirar nem por. 

É a oportunidade da vida. Da história. Ninguém fez o que fizemos. Ninguém fará o que faremos. 

Porque quem canta vitória antes da hora de Palmeiras não entende. Quem não acredita até o último segundo muito menos.