Lateral de Abel no PAOK fala sobre o treinador e prevê: ‘Terá sucesso no Palmeiras’

Rodrigo Soares falou com exclusividade ao NP sobre os mais de 15 meses ao lado do treinador

A Era Abel Ferreira no Palmeiras já tem data para começar. De malas prontas para o futebol brasileiro, o português desembarcará em São Paulo na manhã desta segunda-feira (2) e irá iniciar a sua trajetória pelo Verdão na atividade de terça-feira (3).

Para entender cada vez mais o perfil do novo comandante, o NOSSO PALESTRA conversou com Rodrigo Soares, lateral-direito do PAOK, da Grécia. Presente no dia a dia do técnico desde julho de 2019, o brasileiro revela os métodos de treinamento, o estilo de jogo, a personalidade do treinador e aposta no sucesso dele à frente do Alviverde.

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Rodrigo, aliás, fala de Abel Ferreira com profundo conhecimento. Antes de ser contratado pelo PAOK, uma semana antes da chegada do técnico à Grécia, o lateral-direito atuava pelo Desportivo das Aves, de Portugal, e enfrentou o treinador quando o mesmo ainda comandava o Braga.

Técnico tem sua comissão de confiança (Foto: Divulgação/PAOK)

– Acredito muito no potencial dele. O Abel é um treinador novo, que ainda tem muitos anos pela frente. Tenho certeza que ele vai chegar em grandes patamares, porque é um profissional focado, que conhece muito bem o que está fazendo. Creio que ele terá sucesso no Palmeiras. Porém, isso só o tempo vai dizer, pois conhecendo o futebol brasileiro sei que as coisas não são simples.

Modelo de jogo

Questionado sobre o estilo de jogo de Abel Ferreira e como o português costuma montar as suas equipes, o lateral-direito explica que o treinador gosta de ter um time defensivamente organizado, mas que busca o gol adversário intensamente.

– O Abel adota um estilo de jogo mais equilibrado. Porém, sempre tentando ser bastante ofensivo. Uma das nossas características no PAOK era estar sempre bem posicionado na defesa, mas tentando a todo momento buscar o gol, com intensidade e velocidade. Aqui na Grécia ele priorizou o esquema 3-4-3. Mas essa questão do esquema tem muito a ver com as peças do elenco. Essa formação foi a que ele impôs a nós, mas que pode ser repensada diante dos atletas que ele vai encontrar no Palmeiras.

Treinos

Para colocar essa filosofia em prática, Rodrigo fala que o novo treinador do Verdão tem por hábito trabalhar bastante a parte tática nos treinamentos. Além disso, jogadas ensaiadas de bolas paradas também fazem parte do repertório de Abel Ferreira.

– Os treinos dele são muito bons. É um técnico que gosta de trabalhar bastante a parte tática. Muitas vezes mescla essas atividades com treinos de alta intensidade. Mas o forte mesmo são os treinamentos táticos. Ele tem também uma atenção com as jogadas de bolas paradas. Sempre que tínhamos um tempo estávamos trabalhando isso. A gente sabe que hoje a bola parada é um artifício que cada vez mais decide jogos e ele gosta de aprimorar esse recurso.

Abel Ferreira se destacou após ótimo trabalho no Braga, em 2018 (Foto: PATRICIA DE MELO MOREIRA/AFP via Getty Images)

Rodízio ou manutenção da equipe?

Diferente de Jorge Jesus, que, à frente do Flamengo, em 2019, conquistou os títulos do Campeonato Brasileiro e da Libertadores sem implantar um revezamento na equipe titular, Abel Ferreira, segundo Rodrigo, costuma realizar um rodízio no elenco. Contudo, nada de maneira exagerada.

– Ele sempre optou pelo rodízio de jogadores aqui no PAOK. Sempre ofereceu oportunidade para todos jogarem. É claro que tudo dentro de um planejamento da comissão técnica, porque tem jogos e jogos, e situações específicas de jogadores, que muitas vezes precisam ser poupados por problemas musculares ou físicos. Ele nunca foi de colocar jogador em campo a todo custo, porque determinado atleta é o titular. Pelo contrário. É um técnico que está sempre revezando as peças e, na medida do possível, tentando gerir o elenco da melhor maneira – detalha o lateral-direito.

Uma questão comportamental que os torcedores do Palmeiras podem vir a constatar é em relação ao goleiro Weverton. Assim como a maioria dos treinadores da nova geração, Abel Ferreira gosta de ter os seus goleiros trabalhando com os pés.

– Essa é uma exigência do futebol atual e como ele é um treinador novo, de uma nova escola aqui da Europa, também tem essa preferência de que os goleiros saibam jogar com os pés. Ele gosta de ter goleiros com esse recurso. Mas sempre de maneira equilibrada. Não é a qualquer hora. Quando o goleiro entende que tem que dar chutão, ele fala que é para dar chutão – diz Rodrigo.

Interesse de clubes europeus

Ainda de acordo com Rodrigo, o Palmeiras não foi o primeiro clube a manifestar interesse na contratação do treinador português. Segundo o brasileiro, ao longo dos 15 meses em que Abel Ferreira permaneceu à frente do PAOK o seu nome esteve envolvido em diferentes sondagens.

– A cada mercado aberto sempre surgiam notícias sobre o nome dele. Equipes de Portugal e de outros países da Europa manifestavam interesse em contratá-lo. Não foi uma situação inédita com ele no PAOK.

(Imagem: Getty Images)

Indagado pelo site se Abel Ferreira havia conversado sobre o interesse do Palmeiras com ele, Léo Jabá e Douglas Augusto (os brasileiros do PAOK), antes de aceitar a proposta ou justificado os motivos que o fizeram aceitar o convite alviverde, Rodrigo contou que tudo ocorreu tão repentinamente que eles nem tiveram tempo para isso.

Contudo, o lateral-direito acredita que o fato de o Palmeiras ser “mundialmente conhecido” pode ter pesado para o treinador realizar essa troca.

– Não deu nem tempo de ele conversar com a gente. Foi tudo muito rápido. Estávamos concentrados para o jogo da Europa League, contra o Granada, da Espanha, e ficamos sabendo das notícias sobre o Palmeiras um dia antes da partida. Conversamos depois de ele aceitar, mas não fomos a fundo – fala Rodrigo.

– A gente sabe que o Palmeiras é um grande clube. É uma equipe mundialmente conhecida e acho que isso pesou. Como treinador, certamente, ele conhece o futebol brasileiro, que é muito valorizado aqui na Europa. Imagino que o desafio de trabalhar em um mercado novo e numa equipe como o Palmeiras tenham influenciado. Ele estava num grande clube da Grécia, pois o PAOK é uma força aqui, mas ele fez a escolha dele e espero que ele seja feliz aí – finaliza o brasileiro, antes de chegar no clube grego defendeu o Grêmio Anápolis, do Goiânia, o Porto B, Desportivo Chaves e o Desportivo das Aves.

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