Não fosse Weverton com três defesas monumentais na primeira etapa, teria sido muito pior do que a decepção do torcedor bicampeão sul-americano. Mas ainda não seria “vergonha”, “vexame”, “desastre” como foram quase tudo isso as outras quatro eliminações prematuras dos campeões da América, desde 2010.
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O Palmeiras perdeu para um time que já foi vice da Libertadores, em 2015. Que também tem grande poder econômico. Estava menos desgastado pela temporada cheia (ainda que tenha jogado na fase anterior do torneio e sofreu com a correria do Ulsan). Já havia passado pela nervosa estreia. E como todo time que não é sul-americano ou mesmo europeu na semifinal, estava menos pesado. E foi mesmo muito melhor do que um Palmeiras que jogou 27 vezes em três meses e uma semana de trabalho mais estudado e conversado do que realmente treinado em frente tripla de torneios. Numa sequência de três jogos decisivos que de fato denotaram uma queda de rendimento (o pavor contra o River em casa, o jogo suado e amarrado no Maracanã campeão, e a derrota jogando pouco contra o Tigres).
O campeão da Concacaf começou e acabou melhor. Com 3 minutos Weverton salvou o primeiro gol de cabeça de um Palmeiras que deixou a bola ser cruzada da esquerda (como não seriam poucas) e deixou a bola ser cabeceada (como também aconteceria outras e sérias vezes). Abel repetiu a linha de cinco atrás (como no show em Avellaneda e no xô, Satanás no Allianz contra o River), mas ela não foi bem. Quase todas as segundas bolas (e as primeiras, terceiras…) foram do Tigres. A linha de quatro no meio com Veiga, Danilo, Zé Rafael e Rony estava espaçada e não deu um pé nem atrás e nem à frente. Onde o isolado Luiz Adriano fez a sua pior partida pelo Palmeiras. Disperso como esteve na segunda das apenas três chances palmeirenses, e estava na lateral-esquerda (?!) na última jogada ofensiva no final do jogo.
O Palmeiras até ficou mais e melhor com a bola a partir de 20min, logo depois de Rony, de longe, obrigar Guzmán a espalmar a bola. Depois só daria Tigres até o final do primeiro tempo. E recomeço dele. Quando Luan foi infeliz ao cometer o pênalti desnecessário em Quiñonez muito bem exectuado pelo craque do jogo – Gignac, aos 8 minutos.
Weverton foi bem na bola. Mas há limites para milagres. E só ele foi o que foi no Palmeiras. Abel então mexeu. Fez o certo ao apostar no discreto Patrick de Paula no lugar do pouco produtivo Zé Rafael no minuto seguinte. Fez certo ao apostar na experiência e força de Felipe Melo. Mas não sei se teria sacado Danilo, sempre eficiente, e autor da melhor jogada alviverde na primeira etapa (bela caneta que a arbitragem erradamente marcou falta).
Depois do 1 a 0, o Tigres resolveu dar a bola que o Palmeiras não soube trabalhar. Aos 16, Menino saiu para a boa entrada de Willian. Mesmo amarelado o múltiplo volante, eu teria sacado Marcos Rocha (de atuação muito ruim contra o ótimo Quiñonez) e teria recuado Gabriel Menino, e aberto Willian. Mas ainda faltou mais de Veiga (e de Scarpa que entrou aos 27 com Mayke), e mais como um todo do Palmeiras. Mesmo com Weverton não precisando fazer nenhuma defesa difícil ate o fim de um jogo que terminou como começou: com a vitória do melhor time em campo.
O primeiro mexicano finalista de um Mundial. Na quinta eliminação em semifinal de um campeão de Libertadores.
Justo finalista contra um Palmeiras que quis ser reativo mas que não pareceu reagir em momento algum.
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