Na Argentina, Palmeiras é visto como favorito ao título da Libertadores

"O Palmeiras não para de vencer. Seja com os titulares ou com os reservas, a equipe de Felipão soma uma vitória atrás da outra", esta foi a definição do jornal argentino Olé, que apontou a equipe alviverde como favorita ao título da Copa Libertadores 2019.

"É favorito por um elenco extenso e de alta hierarquia, constituído por uma coluna vertebral de muita experiência", descreveu o diário. O desempenho do Verdão na última temporada atraiu holofotes desde a vitória sobre o Boca Juniors na Bombonera, ainda na fase de grupos da competição continental. A derrota nas semifinais foi vista como "falhas imprevisíveis do futebol", já que para os meios argentinos o Palmeiras assim como neste ano, possuía o elenco com mais condições de levantar a taça tão almejada na América do Sul.

O estilo de jogo de Felipão foi o mais elogiado. Seu trabalho foi classificado como "trajetória impressionante" por ter semelhança com a filosofia de César Luís Menotti, treinador que levou a seleção argentina ao seu primeiro título mundial: jogar bem para ganhar, sem buscar um jogo vistoso. Após conquistar o décimo troféu do Campeonato Brasileiro e concretizar o Palmeiras como maior campeão nacional, a versão argentina do Diário Marca publicou que a consagração havia removido o "mau sabor" de Scolari deixado após o 7 a 1 contra a Alemanha na Copa do Mundo de 2014.

Seu retorno ao comando do alviverde foi visto como decisivo para que o funcionamento da equipe melhorasse de maneira singular, adquirindo uma estabilidade defensiva quase invencível. "Felipão tem um pragmatismo tático, o Palmeiras se diferencia dos demais clubes brasileiros por ter um time pronto e elenco imbatível", definiu o Olé. Além do treinador, jogadores como Felipe Melo, Lucas Lima e Borja, também estiveram em evidência. O colombiano ganhou maior foco devido artilharia com 9 gols na última Libertadores e pelas surpreendentes atuações neste início de campeonato paulista.

Outro ponto que chamou a atenção dos "hermanos", foi a renovação da Crefisa até 2021. "O Palmeiras assinou um contrato histórico, na prévia da Libertadores terá o maior patrocínio da América Latina, em um ano o clube poderá receber até 32 milhões de dólares. Para tomar magnitude da influência da patrocinadora, vale lembrar que no ano passado por ser campeão brasileiro, o clube recebeu um prêmio de 3,5 milhões de dólares. Assumiram até mesmo o salário de Borja, o principal jogador da equipe titular. Quando terminar o contrato em 2021, o Palmeiras terá recebido em torno de 100 milhões de dólares, chocante. É uma equipe bem estruturada financeiramente e com um planejamento melhor que os demais brasileiros e rivais de outros países", destacou o Marca.

Nesta edição de Libertadores, o Palmeiras ocupará o grupo F ao lado de San Lorenzo (ARG), Junior Barranquilla (COL) e o vencedor do G2. Classificado como "grupo da morte" pela imprensa argentina, o Verdão já amedronta o adversário portenho que hoje ocupa as últimas posições do torneio local.

Para o San Lorenzo, 2018 deve ser um ano esquecido. Apesar de terminar a temporada 2017/18 no terceiro lugar da Superliga argentina garantindo a classificação para máxima competição continental, o grupo foi eliminado da Copa Sul-Americana e da Copa nacional. Vários jogadores importantes deixaram a equipe no começo da Superliga 2018/19, fazendo com que a diretoria do "Ciclón" optasse por uma redução no orçamento para equilibrar as contas do clube e promoção de vários jogadores da base à equipe titular. A decisão gerou um impacto direto na montagem do time titular e, claro, no
desempenho.

A falta de resultados pôs fim ao ciclo do treinador Claudio Biaggio. Jorge Almirón, campeão do campeonato argentino com o Lanús em 2016, assumiu o cargo no início de novembro. Em 2019, o San Lorenzo já contratou oito jogadores citados pelo comandante: Fernando Monetti, Raúl Loaiza, Gustavo Torres, Héctor Fértoli, Gonzalo Castellani, Gino Peruzzi e Román Martínez. Os colombianos Loaiza e Gustavo Torres, junto do goleiro Monetti, já foram dirigidos pelo técnico no Atlético Nacional. Com novos reforços e início de um planejamento em andamento, o San Lorenzo ainda busca identidade para a Libertadores.