Não deu. Mas ainda pode dar muito mais. Cruzeiro 1 x 1 Palmeiras

Ilustração: Milton Trajano

Antes de a bola rolar no primeiro jogo em São Paulo, o Palmeiras era favorito no confronto onde tinha vantagem histórica de 7 classificações contra 3 celestes. Com a vitória no Allianz Parque, a balança virou. O Cruzeiro começou classificado o jogo no Mineirão pela semifinal graças ao grande resultado da ida.

E o Palmeiras parecia não saber disso. Pouco fez na primeira etapa de passes errados de Marcos Rocha e atuação amuada de um time que vinha bem até enfrentar um rival organizado, astuto, inteligente e muito competitivo. Raposa que honra o apelido pela sagacidade e velocidade de um contragolpe que nasceu de bola roubada por Thiago Neves, engendrada por Lucas Silva pra dar em mais um gol decisivo de Barcos contra o ex-clube, aos 26. Outro bonito gol como foi o da primeira partida em lance letal.

Teve tudo isso de ótimo o gol mineiro. Mas também a hesitação de Dracena, a posição habilitada por Antonio Carlos, e outra saída afobada de Weverton. O Palmeiras quase empatou na sequência com Moisés. Mas o gol justo só sairia aos 4, quando Felipe Melo mostrou mais uma vez que, quando quer, usa muito bem a cabeça. Subiu mais que o colossal Dedé e empatou e coroou mais um bom jogo do volante.

O problema paulista é que a chance seguinte das apenas quatro criadas no jogo todo só viria depois do minuto final. Quando o Cruzeiro já era mais perigoso com as mexidas de Mano (especialmente Sassá). E Felipão, desta vez, não foi feliz com Jean e Guerra, e nem com Deyverson.

No Allianz Parque, o lance de gol mal parado que impediu o empate pesou contra o Palmeiras tanto quanto a estratégia pragmática mas muito bem montada por Mano. Faz 1 a 0 e sabe se fechar muito bem com duas linhas de quatro muito próximas. Como está mais próximo o hexa. Cruzeiro que poderá ser o primeiro bi da Copa do Brasil – se o Corinthians deixar.

A falta de criatividade, a jornada coletiva modesta e a pouca luz individual de um grupo que é ótimo fez o Palmeiras perder a competição menos difícil em 2018. Mas o Verdão segue vivo em duas ainda mais complicadas. Mas ainda possíveis. Não só por ser Palmeiras. Mas por ser um grupo que tem talento, tarimba, tempo, time, tesão. E Felipão.