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No final, de novo: Grêmio 1 x 1 Palmeiras, no Robertão-67

No final, de novo: Grêmio 1 x 1 Palmeiras, no Robertão-67

Na partida anterior, no Derby, o Palmeiras empatou no último lance, com Zequinha. “Foi como um soco no queixo que nocauteou o Corinthians”, disse o presidente alvinegro Wadih Helou, na lembrança do pesquisador palmeirense Pedro Luiz Boscato. No penúltimo minuto do jogo seguinte, no Olímpico, o Verdão novamente empatou no final contra o pentacampeão gaúcho Grêmio, e terminou o turno no quadrangular final como líder, com 4 pontos, também pela inesperada derrota do Corinthians para o Internacional por 1 a 0, no Pacaembu. A primeira vitória de um clube gaúcho no estádio inaugurado 27 anos antes.

Servílio, Djalma Dias e Tupãzinho seguiam sem contrato. César Maluco, que seria artilheiro do campeonato, discutia a renovação dele ao final do empréstimo do Flamengo. O diretor do clube Ferrucio Sandoli entendia que a pedida era muito alta.

Ademir da Guia enfim estreou no quadrangular, recuperado de lesão no tornozelo. Aymoré manteve Suingue na equipe, no meio-campo (Jair Bala estava com o tornozelo enfaixado, e Gallardo tinha sido liberado para cuidar da mulher no Peru, que tinha problemas de saúde). Dario seguiu na ponta-direita na função que era ou de Gallardo ou de Gildo. A equipe mudava mais uma vez. O Grêmio sentiu a ausência do meio-campista Sérgio Lopes, mas tinha a presença do centroavante Alcindo (que jogou pelo Brasil a Copa de 1966) e do lateral-esquerdo Everaldo, que seria campeão mundial em 1970.

O Palmeiras atuou no 4-3-3 para enfrentar o 4-4-2 tricolor. O Grêmio de Carlos Froner buscou mais o gol. Principalmente pela esquerda, onde Volmir levava vantagem sobre Djalma Santos até Suingue dar um pé por ali e equilibrar defensivamente o Palmeiras. Perez fez pelo menos uma boa defesa e, quando deu rebote, Minuca salvou sobre a linha.

Na segunda etapa, o jogo foi mais aberto. O Grêmio pressionou e só não abriu o placar aos 32 pelo milagre de Perez (Valdir seguia lesionado) em finalização de Joãozinho. No minuto seguinte, Alcindo lançou Joãozinho que, dessa vez, não desperdiçou, aproveitando a linha de impedimento errada.

Ademir, sentindo a falta de ritmo de jogo, foi substituído por Zequinha. Para dar mais poder de fogo, Zico entrou na ponta-direita. Dario foi centralizado para atacar com César.

Rinaldo, um dos melhores jogadores do Palmeiras e do Robertão, foi substituído pela primeira vez no torneio, com uma pancada na coxa. O jovem atacante fluminense João Daniel, 21, entrou no lugar dele.

Era o desespero.

Foi a salvação.

Aos 41, Joãozinho, o melhor em campo, partiu sozinho para ampliar o placar e mandou um balaço no travessão.

A resposta do Palmeiras veio no último minuto. César fez grande lance e tocou para João Daniel fuzilar Alberto.

1 a 1. Na estreia dele, o gol de empate do Palmeiras.

A festa pelo empate e pela liderança no Olímpico só não foi maior pela expulsão na sequência de Ferrari, e pelas pedradas que foram atiradas em Aymoré Moreira, no banco palmeirense. O repórter Ely Coimbra, da TV Tupi, levou uma na cabeça e foi tratado pelo doutor Rossetti.

O historiador Jota Christiani lembra a “estória” daquele jogo:

– O Palmeiras tinha tantos desfalques para aquela partida que, na falta de reservas depois da lesão do Rinaldo, mandaram chamar o motorista do ônibus da delegação. “Chama lá o João! O João Daniel!” É assim criamos mais um herói improvável.

O Betinho dos anos 60. João Daniel.