Emerson Santos relembra lance salvador contra River pelo Palmeiras: ‘Não vou sair daqui’
Zagueiro teve participação decisiva na Libertadores de 2020, quando tirou, de cabeça, bola em cima da linha no Allianz Parque
O relógio da transmissão marcava 83:08 no exato momento em que Emerson Santos, em cima da linha do gol, com frieza e serenidade, despachou a bola arrematada por Paulo Díaz para longe da meta do Palmeiras. Esse lance foi tão celebrado quanto teria sido se o Verdão tivesse marcado um gol naquela noite de semifinal no Allianz Parque contra o River Plate, pela Libertadores 2020.
– Sempre quando encontro algum torcedor, lembram daquele lance. Me lembro muito bem daquele jogo. O River estava bem melhor e com 2 a 0 no placar. O Jailson vira para mim e fala: “Emerson você vai entrar. Não poupa nada, dá a vida”, e aí eu respondo: “eu estou preparado”. Por incrível que pareça, aquele jogo eu estava com muita confiança, apesar das circunstâncias adversas. Aí aconteceu aquele lance que te joga mais pra cima ainda. Eu me lembro que pensei assim quando tudo estava acontecendo: “Eu não vou sair daqui” – relembra Emerson Santos, em entrevista ao NOSSO PALESTRA.
– Podem reparar no lance que eu fico naquele lugar o tempo todo e pra glória de Deus foi justamente ali que a bola caiu e eu pude tirar. Nem deu pra comemorar na hora até porque as coisas estavam acontecendo muito rapidamente, mas depois, vendo o lance, comemorei muito e agradeci a Deus – completa o zagueiro.
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Muito antes do lance salvador contra o River, o zagueiro, hoje no Kashiwa Reysol, do Japão, chegou ao Alviverde em janeiro de 2018. Com pouco espaço no time, acabou sendo emprestado ao Internacional, clube no qual ficou até o final de 2019, antes de retornar ao Verdão:
– Quando eu chego ao Palmeiras, tinham oito ou nove zagueiros. Decido ir para o Inter para pegar ritmo de jogo, pois eu já tinha sido afastado no Botafogo e precisava jogar. Ao retornar, já estava bem mais preparado.
A volta de Emerson Santos ao Palmeiras aconteceu no início da temporada 2020, antes da chegada do português Abel Ferreira. Para Emerson, o treinador lusitano teve papel importante em sua carreira e demonstrou outras formas na qual ele poderia ser útil dentro de campo.
– O Abel foi um dos melhores treinadores com quem trabalhei. Me lembro que no começo, em que ele começou a me colocar de volante, eu me questionava, achando que estava sem espaço na zaga e tal. Mas então ele me chama e fala justamente o contrário. Me fala que tinha qualidades e por isso queria me testar naquela posição caso precisasse e que, quanto mais posições o jogador jogar, melhor para o próprio jogador e poderia dar mais opções pra ele. Tínhamos perdido o Ramires e o Felipe Melo machucou logo em seguida. O Abel consegue tirar o melhor de cada atleta, ninguém se acomoda e ele está sempre revezando, mantendo todo mundo com ritmo.
Depois da conquista da Copa do Brasil contra o Grêmio, o jogador foi negociado junto ao Kashiwa Reysol, equipe da região metropolitana de Tóquio. Além da diferença cultural, o jogador chegou ao time japonês durante o período de pandemia, o que dificultou um pouco as coisas para o zagueiro.
– Agora as coisas estão tranquilas, porém no começo fiquei seis meses aqui sozinho por conta da pandemia. Não estava podendo entrar ninguém no país e sou um cara muito apegado à família. Ficar esse tempo longe foi complicado. Era do treino pra casa. Já estava enlouquecendo. Quase que pedi pra voltar. Foi bem difícil. Porém agora, graças a Deus, é uma outra situação. Estou bem mais adaptado. Somente a culinária aqui que é bem difícil pra mim, mas estou conseguindo me virar.
Apesar de estar do outro lado do mundo, defendendo outro clube, Emerson Santos não se esquece dos momentos em que defendeu o Palmeiras. Recordações e experiências que estão com ele e que não deixarão de existir.
– Tive um aprendizado gigantesco no Palmeiras, onde vivi de tudo. Tive momentos ruins, momentos bons, mas me lembro que, mesmo nos momentos não tão bons, grande parte da torcida me apoiou e isso me ajudou muito a poder ajudar meus companheiros em campo. Estou muito feliz por conseguir escrever o meu nome na história do clube.